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Tá ruim, mas tá bom

O frio vem em ondas polares, e quando estas perdem força, volta o sol e o calor. O inverno, hoje, é quente e frio, frio e quente. Quando imaginamos que um se estabiliza, acaba. E quando se acha que acabou, volta. Imprevisão das imprevisões. Mas existe o serviço meteorológico, melhor dizer: meteoro lógico, de rápidas predições e ainda mais rápidos erros.

Penso e minha natureza irregular, que se assemelha em tudo e em nada, ao mesmo tempo.

Um tal de gosto e detesto, amo e odeio, luto e fujo, constantes.

Sou inverno que se aquece,
verão que desfalece
primaveras perdidas em sonhos
e outono sempre.

Cumpro um tempo e um espaço prisioneiros,.
peregrinando, descobrindo-me.

Quanto aos outros não entendo,
ficam incógnitas permanentes.
loucuras racionais,
segredos familiares
difíceis de decifrar,
individualidades escondidas
por trás de olhos vidrados
como o de bonecos
ou imagens de santos.

Vã ilusão.
São diferenças,
desavenças não resolvidas
nas grutas interiores
dos acontecimentos
inexistentes,
a tomar corpo e vida,
perdidas.

Por sobre os corpos,
tomando um pequeno olhar Divino
do alto deste trauma contido
compreende-se tudo,
e vê-se a superficialidade
do desamor.

Porque, afinal, tudo é simples e superável.
E o mundo, mais as pessoas, podem viver melhor.

É preciso esta inflexão para se chegar a uma conexão
chamada diálogo.

Vida. Deus.



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