A BESTA ESTÁ SOLTA


Não há mais tempo...
Envelheceu!
Nem espaço...
Está tomado!
Não há mais palavras...
Desgastaram-se
perderam valor
Nem floresta...
Desmataram!
Não há mais camas
Retorce-se
sem posição
Foram-se os sonhos
os barcos a vela
as tranças que balançam
os faróis
que nos descobrem.
Não há mais nós...
Existem eles!
Repetem palavras de ordem
fazem flexões
e acham
tudo
muito
certo.
Não há mais
lágrimas
Secaram
na realidade
crua.
que não muda.
Não há mais gritos!
talvez grunhidos
e lamentações
Não há mudança!
mas uma imensa
ordem
que paira
muda
e surda
Não há mais nada!
Esqueçam que escrevi...



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