Um dia
contarei tudo
sobre os muros
que se escondem
atrás do jardim.
Não bastam
os aromas
damas da noite,
noite escura,
para ocultar
os muros
que cercam
o jardim.
Por instantes,
o encantamento
produz
a expansão
do belo.
Os sorrisos,
passeios,
meditações
abrem
um mundo novo,
até que perceba
o muro.
Amores
recatados,
desenfreados,
satisfazem,
provocam
grande alegria
prazer,
desfeitos
diante do muro.
Tudo
fica retido
diante do muro.
Um outro lado
contrasta,
rompe,
desafia
desnuda.
Estruturas
eternas
decidem
quando
e como.
Dois mundos
convivem num só,
separados
por uma imensa
muralha.
Ultrapassar,
deixar vir,
sair,
unir
deixar-se
pertencer
a tudo
não tem
muro.
A chave
da liberdade...
Este mundo livre
deseja
uma ampliação
do jardim além,
uma humanidade nova
aquém,
sem muro.
Muros
impregnados
à carne,
milenares...
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