ESQUECIDO

 


O amanhã 

não aguarda o hoje,  

esquecido do ontem.


Caminho como quem 

não se sabe 

e segue ermo.


O que guardarei 

de mim, 

de você,  

de nós?


O que sei de mim, 

que permanece?


Um dia após outro 

se esvai desatento...


Já fui neto, 

já fui filho, 

sou pai e avô. 


Hoje, 

uma somatória de tempos, 

apesar da idade,

traz este esquecimento 

tão usual e constante.


Oh, condição humana, 

lembrar-me-ei de Deus 

quando me for 

para o maior 

esquecimento de todos? 


Ou despertarei atento a tudo?


Lembrar-me-á a eternidade 

deste frágil adormecer constante?

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