A difícil comunicação interior

Ando meio descrente da comunicação verbal e permaneço longos períodos em silêncio.

Porque fala-se o óbvio, ou para reforçar crenças já consolidadas, ou para concordar com outros que dizem o mesmo.

Quando se percebe o tempo passou e a situação continua inalterada.

A comunicação pressupõe uma concordância vulgar, que só se justifica pela necessidade do auto convencimento contínuo.

Daí meu silêncio.

Onde os outros vêem grandes problemas e falam bastante, enxergo que este não é tão grande assim; tornou-se grande por força da expressividade verbal.

Quando em silêncio, aí sim, minha mente se comunica comigo em várias dimensões e diversas profundidades.

Tenho pensamentos recônditos, distantes, que não conseguem transformar-se em uma forma nítida, mas me invadem cá e lá, e logo desaparecem antes que possa refletir melhor.

Tenho pensamentos invasores, carnais, vinculados aos meus instintos e que me assombram a todo instante, após os olhos, questionando minha lógica e minha fé.

Os pensamentos profundos, muitos permanecem em um poço, de onde posso apreciar, de longe, sua importância, mas não afloram, e isto me incomoda sobremaneira.

Dizem respeito aos caminhos da espiritualidade, aos verdadeiros engajamentos que nunca faço, aos meus erros e pecados, desde os medonhos até os bem elaborados e sutis.

Ali também estão guardadas também todas as mágoas e incompreensões.

Às vezes, no final da noite alguém fala muito rapidamente em minha mente, e preciso decodificar que mensagem traz; não parece deste mundo.

Quer que eu seja profeta.

Minha boca anda fechada, mas a leitura interior está bem aberta.

A verdade?!

Bem, a verdade continuaria uma incógnita, se Jesus Cristo não tivesse dito que Ele é a verdade e a vida.

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