Hoje aniversário de morte de Carlos Marighella, o seu soneto LIBERDADE
LIBERDADE
soneto de Carlos Marighella
Não ficarei tão só no campo da arte,
e, ânimo firme, sombranceiro e forte,
tudo farei por ti para exaltar-te,
serenamente alheio à própria sorte.
Para que eu possa um dia contemplar-te
dominadora, em férvido transporte,
direi que és bela e pura em toda parte,
por maior risco em que essa audácia importe.
Queira-te eu tanto , e de tal modo em suma,
que não existe força humana alguma
que esta paixão embriagadora dome.
E que por ti, se torturado for,
possa feliz, indiferente à dor,
morrer sorrindo a murmurar teu nome.
São Paulo, Presídio Especial, 1939
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