Pular para o conteúdo principal

Netinho de Paula, saco de pancada do PIG e de setores da esquerda

A direita "culta" gosta de advogados, engenheiros, arquitetos para a votar e tornar seus representantes. Por isso um pagodeiro entrar na política é motivo de gozação que traz um substrato racista bem brasileiro.

É o caso de Netinho de Paula, cantor de pagode e apresentador de programa de TV, um verdadeiro vitorioso, nascido na pobreza da perifieria, e que alcançou sucesso por seus próprios méritos.

Em tudo ele é um antídoto ao elitismo da vida política, independentemente de esquerda e de direita, porque apresenta um novo paradigma, que, guardadas as devidas proporções, equipara-se ao dos sindicalistas, do tiririca, e tantos outros desafetos do pedestal da representatividade quatrocentona.

Leio nos jornais que o PT mesmo deixou de apoiar o Netinho na campanha de 2012, para voltar-se para Orlando Silva, traindo um acordo feito. Não sei se é verdade esta história, mas não é impossível. Netinho é visto por "setores progressistas" como um estranho, não "Histórico", ou "debochado". Há um obreirismo que permeia o setor como regra do certo e do errado. Nada mais discriminatório.

Mérito ao PC do B que acolheu e enalteceu o negrão.

Agora ele é convidado para a Secretaria da Igualdade Racial em Sampa, como reparação deste gueto em que ele é posto. 1X0 para Haddad, que desconsidera esta politicalha e traz Netinho para o secretariado.

Este blogueiro há muito vem denunciando a discriminação que é feita a Netinho.

A imprensa golpista, e acrescentaria racista,  usa da imagem de pagodeiro para denegrir a ida de Netinho para a Prefeitura de Haddad.

Desejo boa sorte a Netinho nesta empreitada. Ele nunca será bem visto por estes setores, mas deve continuar com sua alegria e ir em frente.

Afinal ele tem visão, é um personagem progressista, e defensor do povo da periferia.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Como devia estar a cabeça de Mário de Andrade ao escrever este poema?

Eu que moro na Lopes Chaves , esquina com Dr.Sérgio Meira, bebendo atrasado do ambiente onde Mário de andrade viveu, e cuja casa é hoje um centro cultural fechado e protegido a sete chaves (que ironia) por "representantes" da cultura, administrada pela prefeitura... Uma ocasião ali estive, e uma "proprietária da cultura" reclamou que no passado a Diretoria da UBE - União Brasileira de Escritores, da qual fiz parte,  ali se reunia, atrapalhando as atividades daquele centro(sic). Não importa, existem muitos parasitas agarrados nas secretarias e subsecretarias da vida, e quero distância desta inoperância. Prefiro ser excluído; é mais digno. Mas vamos ao importante. O que será que se passava na cabeça do grande poeta Mário de Andrade ao escrever "Quando eu morrer quero ficar". Seria um balanço de vida? Balanço literário? Seria a constatação da subdivisão da personalidade na pós modernidade, ele visionário modernista? Seria perceber São Paulo em tod...

Profeta Raul Seixas critica a sociedade do supérfluo

Dia 21/08/2011 fez 22 anos que perdemos este incrível músico, profeta de um tempo, com críticas profundas à sociedade de seu tempo e que mantém grande atualidade em suas análises da superficialidade do Homem que se perde do principal e se atém ao desnecessário. A música abaixo não é uma antecipação do Rap? Ouro de Tolo (1973) Eu devia estar contente Porque eu tenho um emprego Sou um dito cidadão respeitável E ganho quatro mil cruzeirosPor mês... Eu devia agradecer ao Senhor Por ter tido sucesso Na vida como artista Eu devia estar feliz Porque consegui comprar Um Corcel 73... Eu devia estar alegre E satisfeito Por morar em Ipanema Depois de ter passado Fome por dois anos Aqui na Cidade Maravilhosa... Ah!Eu devia estar sorrindo E orgulhoso Por ter finalmente vencido na vida Mas eu acho isso uma grande piada E um tanto quanto perigosa... Eu devia estar contente Por ter conseguido Tudo o que eu quis Mas confesso abestalhado Que eu estou decepcionado... Porque ...

O que escondo no bolso do vestido - Poema de Betty Vidigal

Foi em uma conversa sobre a qualidade dos poemas, quais aqueles que se tornam mais significativos em nossa vida , diferentemente de outros que não sensibilizam tanto, nem atingem a universalidade, que Betty Vidigal foi buscar, de outros tempos este poema, "Escondido no Bolso do Vestido", que agora apresento ao leitor do Pó das Estradas, para o seu deleite. O que escondo no bolso do vestido  não é para ser visto por qualquer  um que ambicione compreender  ou que às vezes cobice esta mulher.  O que guardo no bolso do vestido  e que escondo assim, ciumentamente,  é como um terço de vidro  de contas incandescentes  que se toca com as pontas dos dedos  nos momentos de perigo,  para afastar o medo;  é como um rosário antigo  que um fiel fecha na palma da mão  para fazer fugir a tentação  quando um terremoto lhe ameaça a fé:  Jesus, Maria, José,  que meu micro-vestido esvoaçante  não v...