7 DE ABRIL DE 2014 - 15H20
“Por trás das palavras ‘jamais novamente’ há uma história cuja verdade precisa ser contada de forma completa. Não importa quem você seja e quão desconfortável”, disse Kagame à multidão, também em referência à França. Kagame acusa soldados franceses participantes na operação militar Turquesa (desencadeada em junho de 1994, sob mandato das Nações Unidas) de terem sido “cúmplices” e “atores” de massacres.
“Les faits sont têtus” (“os fatos são teimosos”), completou o presidente, em francês. A representação diplomática francesa desistiu de participar do evento depois de uma entrevista com Kagame na revista semanal Jeune Afrique (Jovem África), em que ele afirmou a necessidade de a França lembrar como contribuiu para a execução do genocídio, em 1994, com seu apoio ao governo. Já o embaixador francês no Ruanda Michel Flesch disse que a sua acreditação foi revogada.
No estádio de Amahoro, a dor deste aniversário foi demasiada para alguns, que relembravam o trauma dos 100 dias de horror instaurados neste dia, há 20 anos, após a morte dos presidentes do Ruanda, Juvénal Habyarimana, e do Burundi, Cyprien Ntaryamira, ambos Hutus, no dia anterior. Habyarimana assinara o Acordo de Arusha, em 1993, em que concordava com a partilha de poder com os Tutsis, para encerrar uma guerra civil de três anos.
O sobrevivente do genocídio, Fidele Wamuhizi, contou sobre a sua experiência em kinyarwanda (ou quiniaruanda, a língua oficial do país, junto com o francês, devido à colonização belga), o que perturbou muitos dos expectadores, que recordavam sobre a sua própria história.
A secretária-geral da União Africana, Nkosazana Dlamini-Zuma, também se dirigiu aos que participavam da cerimônia, dizendo: “Devemos isso a nossas crianças e aos filhos delas, lembrar as 300 mil crianças mortas,” no genocídio ruandês.
“Nós poderíamos ter feito muito mais, deveríamos ter feito muito mais,” disse o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, referindo-se ao papel da organização, que mantinha uma missão de manutenção da paz no país desde o ano interior.
“São 20 temporadas de luto. Este é um dia que não pode ser esquecido,” disse a ministra das Relações Exteriores do Ruanda, Louise Mushikiwabo. No pós-genocídio, há 20 anos, continuou, “os ruandeses sentiram-se sozinhos em seu luto. Hoje, amidos de todo o mundo juntam-se a nós para marcar a tragédia da nossa nação.”
Com informações do portal All Africa,
A capital do Ruanda, Kigali, marcou os 20 anos desde o genocídio que deixou 800 mil mortos, em 1994, nesta segunda-feira (7). Em um evento no estádio de Amahoro, milhares de pessoas reuniram-se para prestar homenagens, garantir a memória e escutar sobreviventes do massacre que durou 100 dias, com o respaldo do governo Hutu à matança da minoria Tutsi e dos Hutus que os protegiam.
Arquivo histórico

O presidente Paul Kagame e outras autoridades estiveram no evento para prestar tributo aos 800 mil Tutsis e Hutus moderados que foram brutalmente assassinados por milícias e oficiais do governo, entre abril e junho de 1994, neste país centro-africano.
Em 1994, milhares de ruandeses refugiados deixavam o país ou as suas vilas para buscar proteção durante a campanha genocida de 100 dias respaldada pelo governo, que resultou em 800 mil mortos.
“Por trás das palavras ‘jamais novamente’ há uma história cuja verdade precisa ser contada de forma completa. Não importa quem você seja e quão desconfortável”, disse Kagame à multidão, também em referência à França. Kagame acusa soldados franceses participantes na operação militar Turquesa (desencadeada em junho de 1994, sob mandato das Nações Unidas) de terem sido “cúmplices” e “atores” de massacres.
“Les faits sont têtus” (“os fatos são teimosos”), completou o presidente, em francês. A representação diplomática francesa desistiu de participar do evento depois de uma entrevista com Kagame na revista semanal Jeune Afrique (Jovem África), em que ele afirmou a necessidade de a França lembrar como contribuiu para a execução do genocídio, em 1994, com seu apoio ao governo. Já o embaixador francês no Ruanda Michel Flesch disse que a sua acreditação foi revogada.
No estádio de Amahoro, a dor deste aniversário foi demasiada para alguns, que relembravam o trauma dos 100 dias de horror instaurados neste dia, há 20 anos, após a morte dos presidentes do Ruanda, Juvénal Habyarimana, e do Burundi, Cyprien Ntaryamira, ambos Hutus, no dia anterior. Habyarimana assinara o Acordo de Arusha, em 1993, em que concordava com a partilha de poder com os Tutsis, para encerrar uma guerra civil de três anos.
O sobrevivente do genocídio, Fidele Wamuhizi, contou sobre a sua experiência em kinyarwanda (ou quiniaruanda, a língua oficial do país, junto com o francês, devido à colonização belga), o que perturbou muitos dos expectadores, que recordavam sobre a sua própria história.
A secretária-geral da União Africana, Nkosazana Dlamini-Zuma, também se dirigiu aos que participavam da cerimônia, dizendo: “Devemos isso a nossas crianças e aos filhos delas, lembrar as 300 mil crianças mortas,” no genocídio ruandês.
“Nós poderíamos ter feito muito mais, deveríamos ter feito muito mais,” disse o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, referindo-se ao papel da organização, que mantinha uma missão de manutenção da paz no país desde o ano interior.
“São 20 temporadas de luto. Este é um dia que não pode ser esquecido,” disse a ministra das Relações Exteriores do Ruanda, Louise Mushikiwabo. No pós-genocídio, há 20 anos, continuou, “os ruandeses sentiram-se sozinhos em seu luto. Hoje, amidos de todo o mundo juntam-se a nós para marcar a tragédia da nossa nação.”
Com informações do portal All Africa,
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