QUARENTENA DA VIDA


Há um vírus
coexistindo
no sopro
da vida.
Imperceptível,
cobra
rotinas
enterradas,
em egoísmos
silenciosos.
Percorre
caminhos
tortuosos,
não levam
a nada,
frugais.
Difunde
o temor
das mesas
cheias,
diante
milhares
de panelas
vazias.
Denuncia
a falta
de sentido
do tudo
que se faz,
Supermercados
avenidas
cinemas
restaurantes
trabalhos...
Ausências livres,
superficialidades.
Mortes
cortam
caminhos
repetidos,
interrompem
trajetos
cansados
Mesmo trem
estações
feições.
Mesma
estranheza
de rejeição
orgânica,
humana
Vírús
redentor
aprisiona
a farsa
exposta
dia a dia,
propõe
encontros
inexistentes,
caseiros.
Virús da morte?
Vírus de vida?

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