O LADO DE DENTRO

Um pássaro preto 

pousou 

em minha janela.


Esperava 

que lhe confidenciasse 

segredos esquecidos.


Por isso não voava,

ficava ali, 

pousado

como quem desiste, 

aguardava...


Não compreendia 

a quantidade de mortos 

que se divertiam 

perto de rios 

assoreados,

pastos nus.


Estava atônito . 


Até agora 

permanece ali, 

parado

sem compreender 

nem saber o que fazer,

porque não saem 

não se importam,

e divertem-se muito

vendo tudo acabar.




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