Tenho perguntas por fazer,
mexem com posições,
convicções,
princípios.
Perguntas tardias,
feitas
após muitas
caminhadas.
Estão
para serem
colocadas na mesa,
durante a refeição.
Não estão postas
para serem
respondidas
de pronto,
exigem tempo,
maturação.
Caso tentem,
as rejeitarão,
porque incomodam,
resvalam na verdade.
Perguntas que demorei
em descobrir,
faço a vida
sem perguntas,
o porquê
das situações,
acontecimentos.
por isso faço-as
antes que as esqueça,
tudo volte
ao normal
de sempre.
Tenho raízes profundas
desconhecidas,
sustentam o tronco,
moldam os ramos.
Estão ocultas
sob a terra,
nelas e delas
formam-me
convicções,
fraquezas.
Passo o tempo
distraído de conhecê-las,
absorto nos ventos
que envolvem a copa.
Muitas são as perguntas
que não se fazem,
muitos os sinais
que estão à frente,
despercebidos.
Caminho pelo tempo
com insônia de origem,
ancestral,
mal percebo o porquê.
Quem sabe,
envolto em mim,
possa sair,
passear pelas verdades
guardadas nas raízes ocultas
que me sustentam.
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