SOU MEIO ASSIM...
Às vezes eu sou
meio como o cachorro,
muito fiel,
fácil perdão.
Outras vezes sou
como o gato,
tranquilo,
observador,
independente.
Como o sabiá
gorjeando aos quatro cantos
indecifráveis linguagens cantos...
O beija flor,
drone natural
retirando o néctar
para o amor...
O urubu,
voando alto
ao vento quente,
prazeiroso do mórbido.
Sou como o ornitorrinco,
misturo gêneros,
naturalmente,
sem discriminação
Ainda sou
como as árvores,
firmado em boa base,
copa balançando ao vento.
Sou grama,
amacio passos.
Sou flores,
exalo perfumes,
odores,
desperto olhares.
Sou nuvem,
Olho de cima
e não notam,
despercebidos.
Sou chuva,
incomodo fora de hora,
desalojo a ordem...
Sol escaldante,
queimo as resistências
testo os limites físicos,
psicológicos...
Sou terra,
quantas civilizações
já não fizeram parte de mim,
nem sei quantos me compõem
Peixe...
meio luz,
meio frio,
observo os convés,
cascos,
distraído aos anzóis
Mosca,
da hora errada,
do que não é meu.
Formiga,
vivo de trabalhar fora,
em casa...
Sou pedra,
imutável
inquebrável,
concentro eras....
Às vezes sou vírus,
vivo do alheio,
morro só.
Serpente,
observador paciente,
inesperado.
Sou um alguém assim,
meio integrado ao mundo
que me integra,
nada maior,
nada menor,
igual.
Sou o mundo,
o mundo está em mim
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