Sou obrigado a reconhecer que o envelhecimento nos torna mais conservadores. Quando damos conta de nós mesmos, percebemos que estamos adotando idéias antigas, que antes renegávamos, principalmente, nos aspectos morais, pois na juventude tudo se arrisca.
Mas depois vêm os aspectos políticos, e depois os materiais. Por fim, termina com aquela pessoa ranzinza, com a qual temos dificuldade de conversar, que perdeu toda a flexibilidade em ouvir e aceitar os outros como são, permanecendo obstinado em querer forçar o outro a enquadrar-se no seu mundinho falsamente perfeito e inodoro.
Tenho um amigo que vez por outra visito. Ele assumiu a liberdade de se fechar em casa. Sim porque temos a liberdade de nos fecharmos e de nos abrirmos, e são duas dimensões muito diferentes, que refletem na forma de ser da pessoa como um todo.
Quando chego lá, o máximo que consigo é dirigir-lhe palavras básicas, como "tudo bem?" e "Como vai?". À partir daí, devo tomar todo o cuidado de não conversar mais nada, pois o confronto é inevitável: nada de discussões de notícias dos jornais, nada de religião, ou programas de televisão. Acaba ocorrendo um silêncio de cemitérios, porque o cheiro de morte antecipada é presente.
Quando saio de sua casa, carrego o peso da contenção, e preciso ter equilíbrio para não descontar em alguém este desperdício de vida que assisti, em formas irracionais como a que estava sujeito. São coisas da vida. Escolhemos o que queremos, mesmo que seja algo necrófilo. Schopenauer diz que o instinto de morte é como um prazer pela excreção. É muito prazer pelo fedor.
Em minhas reflexões busco quebrar os paradigmas que vão se incrustrando em meu ser, e deixar aberta a mente como se nada soubesse, só para ficar inseguro com a novidade e deliciar-me com as criações que o mundo proporciona, através das pessoas, mas tenho que reconhecer que vez por outra me pego em alguma formulação quadrada
Manter a alegria nestes casos é fundamental. Aceitar que erramos também nos traz uma saudável humildade. Aprender a aprender é o segredo
até mais.
JP
Mas depois vêm os aspectos políticos, e depois os materiais. Por fim, termina com aquela pessoa ranzinza, com a qual temos dificuldade de conversar, que perdeu toda a flexibilidade em ouvir e aceitar os outros como são, permanecendo obstinado em querer forçar o outro a enquadrar-se no seu mundinho falsamente perfeito e inodoro.
Tenho um amigo que vez por outra visito. Ele assumiu a liberdade de se fechar em casa. Sim porque temos a liberdade de nos fecharmos e de nos abrirmos, e são duas dimensões muito diferentes, que refletem na forma de ser da pessoa como um todo.
Quando chego lá, o máximo que consigo é dirigir-lhe palavras básicas, como "tudo bem?" e "Como vai?". À partir daí, devo tomar todo o cuidado de não conversar mais nada, pois o confronto é inevitável: nada de discussões de notícias dos jornais, nada de religião, ou programas de televisão. Acaba ocorrendo um silêncio de cemitérios, porque o cheiro de morte antecipada é presente.
Quando saio de sua casa, carrego o peso da contenção, e preciso ter equilíbrio para não descontar em alguém este desperdício de vida que assisti, em formas irracionais como a que estava sujeito. São coisas da vida. Escolhemos o que queremos, mesmo que seja algo necrófilo. Schopenauer diz que o instinto de morte é como um prazer pela excreção. É muito prazer pelo fedor.
Em minhas reflexões busco quebrar os paradigmas que vão se incrustrando em meu ser, e deixar aberta a mente como se nada soubesse, só para ficar inseguro com a novidade e deliciar-me com as criações que o mundo proporciona, através das pessoas, mas tenho que reconhecer que vez por outra me pego em alguma formulação quadrada
Manter a alegria nestes casos é fundamental. Aceitar que erramos também nos traz uma saudável humildade. Aprender a aprender é o segredo
até mais.
JP
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