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UMA CAPA DE PRECONCEITO SEPARA O CIDADÃO COMUM DO POVO DE RUA




Barba crescida, roupas velhas e sujas, carregando sacos de restos de toda sorte de lixo deixado pelas ruas, envolvido em cobertor barato: estas são algumas das características visuais do povo de rua.

A relação pode ser ainda maior: sem higiene e às vezes exalando fedor, pois não existem locais onde possam fazer suas necessidades, devendo procurar pontos pouco frequentados(escadas de pontes, praças, jardins, etc) para urinar ou defecar(os bares não permitem).

Banhos, nem pensar, só quando arrumam alguma abrigo e olhe lá. 

Bem, esta é uma capa social que faz o "cidadão" ter aversão a qualquer contato com o povo de rua. Em sua cabeça são geradas as idéias mais malucas, considerando os abandonados como "vadios", "vagabundos", "desocupados", indo em direção a "bandidos", " assaltantes", "tarados", "viciados", etc.

Tenho que discordar deste tipo de visão. O povo de rua é o lado real de nossa sociedade brasileira, o lado discriminador, egoísta, distante, frio. Porque há uma mini sociedade de rua, onde cabem todos os tipos, como na macro sociedade.

Tem profissionais de nível superior e analfabetos, trabalhadores e desempregados, drogados e abstêmios, loucos e sãos, ateus, espíritas, católicos e evangélicos.

Mas tem algo escondido, que só pode ser descoberto se for rompida esta capa de preconceito.

São pessoas como qualquer um, cheios de humanidade, de esperança e fé, com opiniões políticas e religiosas, muito conhecedores da bíblia, mais do que os pregadores que por aí aparecem trocando refeição por conversão, o que é muito frequente(para comer às vezes tem que orar na fé daquele crente).

Vamos superar nossos olhos cegos e lembrarmo-nos de que Jesus nos lembra que o Pai manda buscar as pessoas que estão nas encruzilhadas(muito interessante esta simbologia) para a sua festa, porque a maioria está ocupada com outras coisas(que não a Deus e a solidariedade).

Que o povo de rua não perca a rua, porque na África do Sul lhes reservaram um bairro de lata na periferia, durante a Copa do Mundo. Devem achar feio mostrar mendigos para os turistas. Como se não tivessem nada a ver com isto.

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