Pular para o conteúdo principal

Está uma droga o combate às drogas

A mídia muitas vezes dramatiza ao máximo uma notícia para forçar vendas.

Isto, entretanto deforma a visão da realidade, condenando e absolvendo arbitrariamente os que estão na linha de frente das lutas citadas nas reportagens.

Agora a Folha mostra que o tráfico de crack persiste na cracolândia.

Pergunto ao leitor se, de sã consciência acreditava  na ação do Governo estadual na cracolândia, na solução do problema?

O que se pode discutir é porquê houve precipitação nesta intervenção, sem uma ação conjugada entre governos (situação e oposição), e porquê isto ocorreu?

De outro lado, devemos também questionar, porquê o Governo Federal não se envolveu, e está assistindo à distância este drama?

Fora esta questão conjuntural, o pano de fundo do crack é um sistema de desagregação familiar, de valores familiares, problemas sócio-econômicos que se abatem sobre os mais fracos, onde as oportunidades de trabalho e vida digna desaparecem.

Penso que deva haver liberdade para o tratamento do drogado, que ainda tenha discernimento, e ações diretivas para os que perderam toda a sua autodeterminação.

Ações conjugadas, de tratamento com recuperação moral e dignidade pessoal.

Respeito ao drogado, valorização do drogado.

O tratamento de choque leva à redefinição dos canais de distribuição e de consumo das drogas.

Não é o que está acontecendo no Rio de Janeiro, onde "áreas pacificadas" estão voltando a ter comércio de drogas novamente?

E nas barbas dos políciais?

O bem triunfará se for empreendido por pessoas realmente iluminadas, cheias de fé e de amor ao trabalho e ao drogado.

Trazer burocratas para resolver esta questão é fazer uma droga de gestão do problema

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Soneto de Dom Pedro Casaldáliga

Será uma paz armada, amigos, Será uma vida inteira este combate; Porque a cratera da ... carne só se cala Quando a morte fizer calar seus braseiros. Sem fogo no lar e com o sonho mudo, Sem filhos nos joelhos a quem beijar, Sentireis o gelo a cercar-vos E, muitas vezes, sereis beijados pela solidão. Não deveis ter um coração sem núpcias Deveis amar tudo, todos, todas Como discípulos D'Aquele que amou primeiro. Perdida para o Reino e conquistada, Será uma paz tão livre quanto armada, Será o Amor amado a corpo inteiro. Dom Pedro Casaldáliga

UM CORPO ESTENDIDO NO CHÃO

 Acabo de vir do Largo de Pinheiro. Ali, na Igreja de Nossa Senhora de M Montserrat, atravessa  a Cardeal Arcoverde que vai até a Rebouças,  na altura do Shopping Eldorado.   Bem, logo na esquina da igreja com a Cardeal,  hoje, 15/03/2024, um caminhão atropelou e matou um entregador de pão, de bike, que trabalhava numa padaria da região.  Ó corpo ficou estendido no chão,  coberto com uma manta de alumínio.   Um frentista do posto com quem conversei alegou que estes entregadores são muito abusados e que atravessam na frente dos carros,  arriscando-se diariamente. Perguntei-lhe, porque correm tanto? Logo alguém respondeu que eles tem um horário apertado para cumprir. Imagino como deve estar a cabeça do caminhoneiro, independente dele estar certo ou errado. Ele certamente deve estar sentindo -se angustiado.  E a vítima fatal, um jovem de uns 25 anos, trabalhador, dedicado,  talvez casado e com filhos. Como qualquer entregador, não tem direito algum.  Esta é minha cidade...esse o meu povo

Homenagem a frei Giorgio Callegari, o "Pippo".

Hoje quero fazer memória a um grande herói da Históra do Brasil, o frei Giorgio Callegari. Gosto muito do monumento ao soldado desconhecido, porque muitos heróis brasileiros estão no anonimato, com suas tarefas realizadas na conquista da democracia que experimentamos. Mas é preciso exaltar estas personalidades cheias de vida e disposição em transformar o nosso país numa verdadeira nação livre. Posso dizer, pela convivência que tive, que hoje certamente ele estaria incomodado com as condições em que se encontra grande parte da população brasileira,  pressionando dirigentes e organizando movimentos para alcançar conquistas ainda maiores, para melhorar suas condições de vida. Não me lembro bem o ano em que nos conhecemos, deve ter sido entre 1968 e 1970, talvez um pouco antes. Eu era estudante secundarista, e já participava do movimento estudantil em Pinheiros (Casa do estudante pinheirense - hoje extinta), e diretamente no movimento de massa, sem estar organizado em alguma escola,