Está uma droga o combate às drogas

A mídia muitas vezes dramatiza ao máximo uma notícia para forçar vendas.

Isto, entretanto deforma a visão da realidade, condenando e absolvendo arbitrariamente os que estão na linha de frente das lutas citadas nas reportagens.

Agora a Folha mostra que o tráfico de crack persiste na cracolândia.

Pergunto ao leitor se, de sã consciência acreditava  na ação do Governo estadual na cracolândia, na solução do problema?

O que se pode discutir é porquê houve precipitação nesta intervenção, sem uma ação conjugada entre governos (situação e oposição), e porquê isto ocorreu?

De outro lado, devemos também questionar, porquê o Governo Federal não se envolveu, e está assistindo à distância este drama?

Fora esta questão conjuntural, o pano de fundo do crack é um sistema de desagregação familiar, de valores familiares, problemas sócio-econômicos que se abatem sobre os mais fracos, onde as oportunidades de trabalho e vida digna desaparecem.

Penso que deva haver liberdade para o tratamento do drogado, que ainda tenha discernimento, e ações diretivas para os que perderam toda a sua autodeterminação.

Ações conjugadas, de tratamento com recuperação moral e dignidade pessoal.

Respeito ao drogado, valorização do drogado.

O tratamento de choque leva à redefinição dos canais de distribuição e de consumo das drogas.

Não é o que está acontecendo no Rio de Janeiro, onde "áreas pacificadas" estão voltando a ter comércio de drogas novamente?

E nas barbas dos políciais?

O bem triunfará se for empreendido por pessoas realmente iluminadas, cheias de fé e de amor ao trabalho e ao drogado.

Trazer burocratas para resolver esta questão é fazer uma droga de gestão do problema

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