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Qual verdade cala no mais fundo de nossos corações?

Algumas vezes, na vida, somos como um pêndulo, ora considerando as palavras de uns, ora de outros. Guerras são abominadas, outras justificadas; passeatas desejadas, outras importunas.
Parece que a coerência viajou para a "Terra do Nunca", e vagueamos como as ondas, dependentes das fases da Lua.
As grandes lutas, heroicas, fundadas em grandes análises das estruturas, fazem-nos encher os pulmões e acreditar na justeza de nossos princípios. Mas, a Humanidade é mais do que isto, ela tem passagem obrigatória pelos corações, e o coração, como sabemos, não coloca a questão da vitória ou da derrota, mas a da compreensão. Coração não se compra, se vende, mas pondera.
Talvez por isso João Goulart tenha preferido deixar o país, em vez de resistir à partir do Rio Grande do Sul, ou os Canudos tenham ameaçado com o armistício com o governo brasileiro, ante a oferta de ajuda argentina.
Assim agem o coração. Ele evita a morte, o confronto, e propõe saídas, não derrotas ou vitórias.
Por isso a ciência não consegue obter as grandes soluções, e deriva à serviço de todo tipo de correntes políticas e filosóficas.
No fundo do coração há uma estante de livros com páginas em branco. Já não fazem o estardalhaço de antes, nem convencem mai ninguém. Aguardam novas palavras, não verbais, linguagem superior, ininteligível.
Ali mesmo, no coração, ecoa um chamado mudo, para a surdez de nossos dias.
Percebemos a necessidade de calar-nos para o tudo que nos rodeia, se quisermos decifrar-lhe. Não tem pressa, mas sabe que temos prazo de validade.
Poucos, muito poucos se disponibilizam para este chamado, submersos que estão em seus afazeres inócuos.
Quem chama está no além?, no aquém? Certamente. 

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