Como se o tempo
voltasse atrás.
Como se a alegria
fosse permanente
e a tristeza
inexistisse.
Como se o amor
se conservasse
sem mudanças,
e num certo sentido,
sim.
Como se a ingenuidade
mantivesse
seu sonho,
e a maturidade
não perdesse
a naturalidade.
Como se a fé
viesse
em goles
de mel,
e gafanhotos.
E a paz
fosse
um valor
fundamental.
Como se o trabalho
fosse, antes,
um encontro,
e o negócio
uma ajuda
solidária
e desinteressada.
Como se a união
não precisasse
de explicações
e os cartões postais
fossem para
o período
de férias.
Como se a guerra
estivesse
banida
como
atitude
inconsequente,
substituída
por um carrocel.
Como se viajar
fosse
todo instante,
e dormir
uma visita
ao Reino.
Como se vestir
fosse
cobrir-se,
e não
exaltar-se
Porque
os cabelos
esvoaçam
independentes
da roupa,
e o sorriso
escapa
para
além
das frestas.
Como se falar
tivesse
mais
sentido
que o silêncio,
como a morte
desdenha
as palavras.
Como partir
não fosse
geográfico
mas
apenas
uma mudança
de assunto,
e chegar
acendesse
outras
luzes.
Como se ter
fosse
descartável,
na arrebentação
das ondas,
ciumento
da gratuidade
da vida.
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