Como temos
sobrevivido
meu amor...
que não nos entende,
nos leva em mar
tempestuoso,
jogando o barco
de um lado ao outro.
Queria a mansidão
dos jardins dispersos
fora dos trajetos,
e só encontro
o tempo comprimido.
Sobrou o fim da noite
para nosso silêncio.
Sobrou a sobra,
quase nada para nós.
Sobraram sonhos perdidos
no desencontro diário.
Ainda assim
sobrevivemos
nas confidências
guardadas
no outro lado
dos montes
onde o Sol
descansa
extenuado
do homem
e da mulher.
Peço
não se perca
este pouco
que ainda resta
no pouco
que somos
do pouco
que temos.
Somos assim,
acamados
noturnos,
assim seguimos...
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