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AVAL AO CARNAVAL

 Que o confete 

se prenda aos cabelos
por muito tempo,
escondido de todos, 
e a serpentina 
interligue mais 
que as redes, 
divulgue 
apenas alegria.

Que o bloco 
seja da felicidade, 
e o Samba Enredo, 
o Hino Nacional, 
por alguns dias.

Será o encontro 
das raças, 
e da fé na paz, 
sem religiões, 
com todas 
as religiões.

Que as cores 
readquiram 
seus verdadeiros 
realces, 
enterrem 
o cinza diário
e o beijo 
deixe de estar
oculto, 
espremido
nos lençóis, 
mas livre,  
na claridade 
do dia.

O pecado 
não mais 
será pecado, 
e os cumprimentos 
sejam inesperadas
juras de amor.

Não mais 
se marchará...
tornar-se-ão 
passes novos 
de danças, 
ritmos originários.

A realidade 
desfazer-se-á, 
finalmente,
em fantasia 
possível 
e esperada.

Os caminhos 
serão todos,  
os encontros 
inesperados, 
as palavras, 
soltas 
de regras oficiais.

Rei Momo, 
obeso, 
assumirá 
os destinos 
do país, 
decretará 
o fim do ódio 
por 4 dias, 
para alegria geral...

Porque finalmente 
é Carnaval, 
tempo de amar...

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