Pular para o conteúdo principal

DEPOIS DO AMOR..

 

Tanto tenho
me despedido,
que de repente
fiquei só!
Não quis
que assim fosse,
mas o tempo
foi roubando
um a um,
até que se foram
todos.
De início,
não me dei conta,
continuei como
se ainda estivessem,
distraído que era.
Com alguns mantinha
pouco convívio,
outros mais;
somado
aos projetos
de vida
que me ocupavam,
a vida foi seguindo
em frente.
Interrupções fortes,
no entanto,
fizeram-me perceber
o quanto faziam
parte de mim,
pela primeira vez
chorei.
Foi gerando
em mim,
uma sensação
de abandono,
existencial,
em meio
a multidão
que nada
percebia,
seguia adiante.
Hoje tenho
consciência
de estar só:
eu comigo mesmo,
acompanhado,
apanhado
na solidão
Agora, os dias
passam sem eles...
Olho para o Sol
e me ofusca a claridade.
A Lua anda
escondida de mim,
não me namora mais,
canta trovas,
nem recita
mais canções
de amor.
Vou seguir meus dias
até desaparecer...
nesta transitória
passagem inútil .
Sorrisos,
lágrimas,
grandes ações,
poder...
tudo perde
importância
no decorrer
do percurso.
Esforço-me
em encontrar
sentido,
apegando-me
a Ciência
a Filosofia,
como se fossem
bastiões
dos grandes
segredos,
que correm
ao lado,
sem a ciência,
nem a filosofia.
Surpreendo-me
como as pessoas
não se transcendem
de suas concepções obsoletas,
cederem ao olfato,
para novos aromas,
verem além das imagens
retidas
em retinas
rotineiras,
partir para
qualquer lugar
até se encontrar.
amar,
entregar-se
todo em tudo...
o grande segredo,
acessível
aos que sofrem
oculto dos poderosos.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O POVO DE RUA DE UBATUBA

 Nos feriados, a cidade de Ubatuba dobra o seu número de habitantes. Quando isso acontece, logo retiram os moradores em situação de rua, de seus locais, porque consideram que estes prejudicam a "imagem" da cidade. A questão é que os moradores de rua somente são lembrados quando são considerados prejudiciais à cidade. Não existe em Ubatuba uma política de valorização do povo de rua, capaz de diagnosticar o que impede eles de encontrar saídas dignas para suas vidas. Não existe sequer um local de acolhimento que lhes garanta um banho, uma refeição e uma cama. Saio toda semana para levar comida e conversar com eles.  Alguns querem voltar a trabalhar, mas encontram dificuldade em conseguir, tão logo sabem que eles vivem na rua e não possuem moradia fixa. Outros tem claro problema físico que lhes impede mobilidade. Outros ainda, convivem com drogas legais e ilegais.  O rol de causas que levaram a pessoa viver na rua é imenso, e para cada caso deve haver um encaminhamento de sol...

PEQUENO RELATO DE MINHA CONVERSÃO AO CRISTIANISMO.

 Antes de mais nada, como tenho muitos amigos agnósticos e ateus de várias matizes, quero pedir-lhes licença para adentrar em seara mística, onde a razão e a fé ora colidem-se, ora harmonizam-se. Igualmente tenho muitos amigos budistas e islamitas, com quem mantenho fraterna relação de amizade, bem como os irmãos espíritas, espiritualistas, de umbanda, candomblé... Pensamos diferente, mas estamos juntos. Podemos nos compreender e nos desentender com base  tolerância.  O que passo a relatar, diz respeito a COMO DEIXEI DE SER UM ATEU CONVICTO E PASSEI A CRER EM JESUS CRISTO SEGUINDO A FÉ CATÓLICA. Bem, minha mãe Sebastiana Souza Naves era professora primária, católica praticante,  e meu pai, Sólon Fernandes, Juiz de Direito, espírita. Um sempre respeitou a crença do outro. Não tenho lembrança de dissensões entre ambos,  em nada; muito menos em questões de religião. Muito ao contrário, ambos festejavam o aniversário de casamento, quando podiam, indo até aparecida d...

Como devia estar a cabeça de Mário de Andrade ao escrever este poema?

Eu que moro na Lopes Chaves , esquina com Dr.Sérgio Meira, bebendo atrasado do ambiente onde Mário de andrade viveu, e cuja casa é hoje um centro cultural fechado e protegido a sete chaves (que ironia) por "representantes" da cultura, administrada pela prefeitura... Uma ocasião ali estive, e uma "proprietária da cultura" reclamou que no passado a Diretoria da UBE - União Brasileira de Escritores, da qual fiz parte,  ali se reunia, atrapalhando as atividades daquele centro(sic). Não importa, existem muitos parasitas agarrados nas secretarias e subsecretarias da vida, e quero distância desta inoperância. Prefiro ser excluído; é mais digno. Mas vamos ao importante. O que será que se passava na cabeça do grande poeta Mário de Andrade ao escrever "Quando eu morrer quero ficar". Seria um balanço de vida? Balanço literário? Seria a constatação da subdivisão da personalidade na pós modernidade, ele visionário modernista? Seria perceber São Paulo em tod...