Tanto tenho
me despedido,
que de repente
fiquei só!
De início,
não me dei conta,
continuei como
se ainda estivessem,
distraído que era.
Com alguns mantinha
pouco convívio,
outros mais;
somado
aos projetos
de vida
que me ocupavam,
a vida foi seguindo
em frente.
Interrupções fortes,
no entanto,
fizeram-me perceber
o quanto faziam
parte de mim,
pela primeira vez
chorei.
Foi gerando
em mim,
uma sensação
de abandono,
existencial,
em meio
a multidão
que nada
percebia,
seguia adiante.
Hoje tenho
consciência
de estar só:
eu comigo mesmo,
acompanhado,
apanhado
na solidão
Agora, os dias
passam sem eles...
Olho para o Sol
e me ofusca a claridade.
A Lua anda
escondida de mim,
não me namora mais,
canta trovas,
nem recita
mais canções
de amor.
Vou seguir meus dias
até desaparecer...
nesta transitória
passagem inútil .
Sorrisos,
lágrimas,
grandes ações,
poder...
tudo perde
importância
no decorrer
do percurso.
Esforço-me
em encontrar
sentido,
apegando-me
a Ciência
a Filosofia,
como se fossem
bastiões
dos grandes
segredos,
que correm
ao lado,
sem a ciência,
nem a filosofia.
Surpreendo-me
como as pessoas
não se transcendem
de suas concepções obsoletas,
cederem ao olfato,
para novos aromas,
verem além das imagens
retidas
em retinas
rotineiras,
partir para
qualquer lugar
até se encontrar.
amar,
entregar-se
todo em tudo...
o grande segredo,
acessível
aos que sofrem
oculto dos poderosos.
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