Domingo é dia
da institucionalização
da preguiça,
tão perseguida
pelo capital.
Dia de
não se fazer nada,
não desejar nada;
se for o caso
passear
por passear,
sem recitar.
Os poemas dormem
nos domingos,
porque os leitores,
que se cansam fácil;
neste dia então,
nada leem.
Ah...não ter
de escrever,
de declamar,
rimar.
Há um tédio
neste nada.
Do que será?
O que se produz
tem um limite,
e este limite
termina no nada,
e o nada,
o limite do nada,
é um tédio
da inutilidade de tudo,
descoberta
inconsciente
profunda.
Ah domingo
das velhas
cavernas
ancestrais,
que evocam
longas contemplações
do por do Sol,
das estrelas noturnas.
Descanso na realidade
do vazio de si.
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