INSERIDO

 


Estrelinhas saíam 

de meus olhos, 

viajavam 

até encontrarem lar. 


A boca 

amargava 

conforme 

segurava 

momentos,  

media, 

desaguava.


Depois, 

vinha um rio, 

onde as palavras 

se deleitavam, 

casavam, 

febris,

em oceano 

profundo.


Construíam o planeta.


A realidade 

mesclava 

dor e sonhos.


Os pés 

sobre o chão duro 

tinham o impacto 

de lençóis nos varais 

em dias de Sol, 

conectavam

terra e vento, 

eu no mastro.


Era preciso 

repor a vontade 

sobre a ordem, 

dar espaço 

às descobertas noturnas 

antes que tudo voltasse 

a ser pedra e pó. 


Por isso 

o tempo, 

a velha 

maturação 

curtida, 

diariamente, 

por fora 

dos significados, 

criando...


Observo, 

pela manhã 

a superfície 

do mar, 

em busca 

de um fino 

tapete, 

onde guarda 

meus sonhos.


Faço o mundo, 

e não me arrependo...

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