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SE ME DEIXARES ENTRAR. (prólogo do mistério)

 


Se você deixar eu entrar, 

quem sabe o que poderá ocorrer?


Não peço muito, 

apenas um abaixar a guarda, 

um deixar fluir.


Somos mansos, 

e sofremos neste mundo, 

por isso,  

gritamos, 

choramos, 

sendo fortes 

e ao mesmo tempo, 

frágeis.


O Sol vem todos os dias, 

não pede licença, 

simplesmente vem.


Anoitece, 

e cansados 

tantas vezes 

desprezamos a Lua.


O mar está sempre à espera, 

nas praias, 

quer mostrar 

sua grande distância, 

à perder de vista, 

e perdermo-nos junto a ele 

nas imensidões.


Tudo passa ao largo, 

despercebido, 

se não me deixas entrar.


Tenho amor profundo, 

você nem desconfia. 


Quero lançar-te 

nos montes mais elevados 

onde possas contemplar 

a mais íntima observação, 

despertar teus sonhos seculares, 

já se transformaram em mantras, 

para não se apagarem.


Ando contigo 

na mais completa distração, 

preocupo-me com seus detalhes, 

não seus sistemas, 

suas estruturas. 


Basta-me teu sorriso gratuito.


Deixe...porque simplesmente te amo.


Estou muito mais perto de ti, que imaginas.


Não me ponhas nas alturas, 

nunca desejei isto, 

nem me faça de muleta, 

porque não sou.


Quero o voo, 

o mergulho, 

as profundidades, 

as descobertas constantes, 

a viva como ela é.... 


Caminhemos descobrindo 

a parte boa de nós mesmos, 

tão sofrida com o tempo.


Não é difícil, 

basta perguntar, 

e lhe virá toda a sabedoria.


Deixe.. 

pode ir sendo devagarinho, 

do seu jeito, 

veja, adapto-me a ti, 

singelo.

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