Tu...passando por cima
de mim com esta exuberância toda...
Nem um batalhão de choque
seria capaz de impedir-me
rasgá-la com minha língua de anzóis.
Em quantas trincheiras
já não me ocultei,
aguardando a chance
de fisgá-la,
antes dos girassois
a roubarem
o encantamento...
Quantos vinhos...
quantas vinícolas
seriam necessárias
para que
a árvore da vida
desse frutos,
e pousasses
em meus galhos?
Percorro
sinuosos campos
atento às palavras
que escapam
da multidão...
Quem sabe voltes
de teus afazeres
ancestrais,
tuas noites
interminaveis,
prisioneira das torres
de comunicação...
Quem sabe tremas
ao me encontrar...
Dos largos
espaços inexplorados
escapam
peixinhos vermelhos
balbuciando,
secreta linguagem
marítima...
Teus segregos,
recônditos,
lançam,
decididos,
tua carruagem
de odores
contra os frontões
da fortaleza
onde adormecem
tropeis de desejos.
Roubo-os dos sonhos?
Não sabes
que dormes
perigosamente?
Não ouves
a flauta do fauno
ecoando
em meio
a mata escura?
Viras teus costados
para o perigo...
não sabes
quantos deuses
vorazes
preparam armadilhas
para estas
tuas montanhas...
Tua ingênua presença
enche de perfume
a noite solitária...
Desconheces
os riscos
que corres?
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