Tenho incontáveis segredos.
Guardo-os até de mim,
disfarçando não tê-los.
Guardo
o velho rabugento
que mal se controla,
o conquistador
que não olhou o tempo,
o doente
que esconde a enfermidade,
o intelectual
solitário sem interlocutor.
Guardo
rosas não colhidas,
nuvens informes,
amizades perdidas.
Segredos em degredo.
Expulsos,
internalizados em mim.
A cada instante
um se forma,
se aloja num canto,
esquecido,
e ali pernoita
tempos sem fim.
O ciúme compreendido,
os amores comedidos,
mortos insensatos.
De tempos em tempos
provocam uma rebelião,
afrontam minha ordem
com altivez.
"Nosso é o tempo"
"Somos o contratempo"
A verdade completa!
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