Pular para o conteúdo principal

VEXAME PÚBLICO

Tenho vergonha até de contar, mas vamos lá: estive de manhã no metrô da Sé tentado pegar um trem, mas no horário das 07:20 hs é praticamente impossível pegar o primeiro trem. Só lá pelo terceiro  consegue-se entrar. Para se ter uma idéia, é desligada a escada rolante porque senão ajunta gente demais na plataforma e acaba por jogar povo sobre os trilhos. Bem, estava eu aguardando, quando observei, próximo a mim uma moça grávida, encostada no corrimão de espera do trem. Sua expressão era de cansaço e aparentava uma expressão facial avermelhada. Fiquei sinceramente preocupado, mas que poderia fazer, nada.
Assim esperamos até conseguirmos entrar, ela na frente e eu atrás. Ela aconchegou-se no centro da vagão e eu fique junto a uma das portas, observando. Ninguém, repito, ninguém se dispôs a ceder o seu lugar para a moça. Vocês poderão me dizer:
-Mas João isto não é novidade nos dias de hoje.
Concordo, mas isto me irrita um bocado. Assim, na primeira oportunidade esperava que alguém lhe cedesse o lugar. Só mais tarde vagou um banco, mas rapidamente outra moça foi e sentou-se. Já sem paciência dirigi-me a pessoa citada e lhe disse, alto, pois estava distante e metade do vagão pôde ouvir:
- Será que você não poderia ceder o lugar para aquela moça grávida ali? A moça levantou-se rapidamente disposta a cader, quando a grávida respondeu-me:
- Eu não estou grávida! - com um sorriso amarelo.
Esta foi uma das maiores vergonhas que já passei em público. Pedi desculpas, ela aceitou, mas logo tentou buscar outro lugar onde não tivessem presenciado tal fato. Era uma mulher barriguda. Vá dormir com isso!!!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Como devia estar a cabeça de Mário de Andrade ao escrever este poema?

Eu que moro na Lopes Chaves , esquina com Dr.Sérgio Meira, bebendo atrasado do ambiente onde Mário de andrade viveu, e cuja casa é hoje um centro cultural fechado e protegido a sete chaves (que ironia) por "representantes" da cultura, administrada pela prefeitura... Uma ocasião ali estive, e uma "proprietária da cultura" reclamou que no passado a Diretoria da UBE - União Brasileira de Escritores, da qual fiz parte,  ali se reunia, atrapalhando as atividades daquele centro(sic). Não importa, existem muitos parasitas agarrados nas secretarias e subsecretarias da vida, e quero distância desta inoperância. Prefiro ser excluído; é mais digno. Mas vamos ao importante. O que será que se passava na cabeça do grande poeta Mário de Andrade ao escrever "Quando eu morrer quero ficar". Seria um balanço de vida? Balanço literário? Seria a constatação da subdivisão da personalidade na pós modernidade, ele visionário modernista? Seria perceber São Paulo em tod...

Profeta Raul Seixas critica a sociedade do supérfluo

Dia 21/08/2011 fez 22 anos que perdemos este incrível músico, profeta de um tempo, com críticas profundas à sociedade de seu tempo e que mantém grande atualidade em suas análises da superficialidade do Homem que se perde do principal e se atém ao desnecessário. A música abaixo não é uma antecipação do Rap? Ouro de Tolo (1973) Eu devia estar contente Porque eu tenho um emprego Sou um dito cidadão respeitável E ganho quatro mil cruzeirosPor mês... Eu devia agradecer ao Senhor Por ter tido sucesso Na vida como artista Eu devia estar feliz Porque consegui comprar Um Corcel 73... Eu devia estar alegre E satisfeito Por morar em Ipanema Depois de ter passado Fome por dois anos Aqui na Cidade Maravilhosa... Ah!Eu devia estar sorrindo E orgulhoso Por ter finalmente vencido na vida Mas eu acho isso uma grande piada E um tanto quanto perigosa... Eu devia estar contente Por ter conseguido Tudo o que eu quis Mas confesso abestalhado Que eu estou decepcionado... Porque ...

O que escondo no bolso do vestido - Poema de Betty Vidigal

Foi em uma conversa sobre a qualidade dos poemas, quais aqueles que se tornam mais significativos em nossa vida , diferentemente de outros que não sensibilizam tanto, nem atingem a universalidade, que Betty Vidigal foi buscar, de outros tempos este poema, "Escondido no Bolso do Vestido", que agora apresento ao leitor do Pó das Estradas, para o seu deleite. O que escondo no bolso do vestido  não é para ser visto por qualquer  um que ambicione compreender  ou que às vezes cobice esta mulher.  O que guardo no bolso do vestido  e que escondo assim, ciumentamente,  é como um terço de vidro  de contas incandescentes  que se toca com as pontas dos dedos  nos momentos de perigo,  para afastar o medo;  é como um rosário antigo  que um fiel fecha na palma da mão  para fazer fugir a tentação  quando um terremoto lhe ameaça a fé:  Jesus, Maria, José,  que meu micro-vestido esvoaçante  não v...