Pular para o conteúdo principal

PATRIMÔNIO DE 1% SERÁ MAIOR QUE O DOS 99% RESTANTES EM 2016 NO MUNDO

Uma organização insuspeita de qualquer simpatia com a causa dos trabalhadores, a ONG Oxfam, cuja diretora-executiva, Winnie Byanyima, é copresidente do encontro de Davos, divulgou dados revelando que a concentração de renda está tão acelerada que em 2016 o patrimônio do 1% mais rico do mundo superará o dos 99% restantes.


Outra organização insuspeita de ter simpatias socialistas, a Organização das Nações Unidas (ONU), divulgou relatório, em setembro de 2014, onde aponta que em cada nove habitantes do mundo, um não tem o que comer, o que representa mais de 800 milhões de famintos no planeta. Pois cenário tão assustador tende a piorar. Matéria do Portal Vermelho mostra que a Organização Internacional do Trabalho (OIT), que é também uma agência da ONU, apresentou nesta segunda (19) relatório projetando para os próximos quatro anos um aumento no número de desempregados na ordem de 11 milhões. Para a OIT, as medidas de “austeridade”, principalmente na Europa, irão fazer disparar as desigualdades. Pelas projeções da agência, em 2019 existirão no mundo 219 milhões de trabalhadores sem ocupação.

Tal cenário revela a dimensão da crise do capitalismo e a iniquidade desse sistema. Crise que assume tal proporção que surgem desde declarações de autoridades do Fundo Monetário Internacional (FMI) defendendo medidas “heterodoxas”, até atitudes como a do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que propõe aumentar a taxação tributária sobre os ricos em seu país.

Não é a primeira vez nem será a última em que medidas “intervencionistas”, aparentemente contrárias aos postulados do “livre mercado”, são propostas e executadas para tentar salvar o sistema de uma grave crise econômica e política, o que não altera em nada o caráter essencial do capitalismo, excludente, promotor de concentração de renda e desigualdade.

Qualquer ilusão sobre o capitalismo deve sempre ser refutada, ao mesmo tempo em que se luta, dentro das condicionantes do atual cenário político mundial, por medidas estruturantes que garantam o progresso soberano dos países pobres e em desenvolvimento, baseado no trabalho produtivo, na geração de emprego e na distribuição de renda.

No Brasil, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) defende, como caminho para o socialismo, a consecução do Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento (NPND) e propõe que o novo governo que está começando redesenhe “a política macroeconômica com o objetivo principal de acelerar o crescimento. As políticas monetária, fiscal e cambial devem se adequar a esse objetivo”, nos termos da plataforma de governo apresentada pelo Partido à presidenta Dilma, na convenção dos comunistas, em junho do ano passado, que aprovou o apoio à sua reeleição.

Nesse sentido, preocupa constatar a influência do capital financeiro em setores importantes da nova equipe econômica e, fruto desta influência, o surgimento de propostas com caráter recessivo e prevendo a retirada de direitos sociais.

Durante a campanha a presidenta Dilma reiterou por diversas vezes seu compromisso com uma política econômica que aposte no crescimento, no combate ao desemprego, na valorização do salário, dos direitos sociais e na realização de reformas estruturais.

O governo, premido por uma brutal ofensiva da direita e da mídia hegemônica, faz movimentos políticos amplos para isolar ao máximo as manobras de inspiração golpista, o que implica alguma necessária cedência. Contudo, é preciso que sempre prevaleçam os compromissos básicos com os trabalhadores e a nação, o que depende também da atuação cada vez mais unitária da esquerda e da constante vigilância e mobilização do movimento sindical e popular.

OBTIDO DO VERMELHO

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Soneto de Dom Pedro Casaldáliga

Será uma paz armada, amigos, Será uma vida inteira este combate; Porque a cratera da ... carne só se cala Quando a morte fizer calar seus braseiros. Sem fogo no lar e com o sonho mudo, Sem filhos nos joelhos a quem beijar, Sentireis o gelo a cercar-vos E, muitas vezes, sereis beijados pela solidão. Não deveis ter um coração sem núpcias Deveis amar tudo, todos, todas Como discípulos D'Aquele que amou primeiro. Perdida para o Reino e conquistada, Será uma paz tão livre quanto armada, Será o Amor amado a corpo inteiro. Dom Pedro Casaldáliga

UM CORPO ESTENDIDO NO CHÃO

 Acabo de vir do Largo de Pinheiro. Ali, na Igreja de Nossa Senhora de M Montserrat, atravessa  a Cardeal Arcoverde que vai até a Rebouças,  na altura do Shopping Eldorado.   Bem, logo na esquina da igreja com a Cardeal,  hoje, 15/03/2024, um caminhão atropelou e matou um entregador de pão, de bike, que trabalhava numa padaria da região.  Ó corpo ficou estendido no chão,  coberto com uma manta de alumínio.   Um frentista do posto com quem conversei alegou que estes entregadores são muito abusados e que atravessam na frente dos carros,  arriscando-se diariamente. Perguntei-lhe, porque correm tanto? Logo alguém respondeu que eles tem um horário apertado para cumprir. Imagino como deve estar a cabeça do caminhoneiro, independente dele estar certo ou errado. Ele certamente deve estar sentindo -se angustiado.  E a vítima fatal, um jovem de uns 25 anos, trabalhador, dedicado,  talvez casado e com filhos. Como qualquer entregador, não tem direito algum.  Esta é minha cidade...esse o meu povo

Homenagem a frei Giorgio Callegari, o "Pippo".

Hoje quero fazer memória a um grande herói da Históra do Brasil, o frei Giorgio Callegari. Gosto muito do monumento ao soldado desconhecido, porque muitos heróis brasileiros estão no anonimato, com suas tarefas realizadas na conquista da democracia que experimentamos. Mas é preciso exaltar estas personalidades cheias de vida e disposição em transformar o nosso país numa verdadeira nação livre. Posso dizer, pela convivência que tive, que hoje certamente ele estaria incomodado com as condições em que se encontra grande parte da população brasileira,  pressionando dirigentes e organizando movimentos para alcançar conquistas ainda maiores, para melhorar suas condições de vida. Não me lembro bem o ano em que nos conhecemos, deve ter sido entre 1968 e 1970, talvez um pouco antes. Eu era estudante secundarista, e já participava do movimento estudantil em Pinheiros (Casa do estudante pinheirense - hoje extinta), e diretamente no movimento de massa, sem estar organizado em alguma escola,