Estou retornando
lentamente
para ti, Senhor,
em revolta
de quem
me tiraste...
Teu silvo
desperta-me
às noites.
És tu?
Às vezes
não resisto
durmo.
Mas tu
nunca descansas!
Penso
no mistério
que puseste
à frente,
de construir
e desconstruir...
Mistério nenhum!
Tempo perdido.
Reflito sobre
o principal...
Está no armário
do corredor,
guardado.
Às vezes o uso.
Sei que está lá!
Gostaria
de escala-lo,
e sinto estar
sempre
à base
da montanha.
Fizeste-me
produzir vida,
e a tiraste.
Aprecias o sofrimento?
Mas percorro
meus pecados
todos...
Intermináveis !
Não sou
merecedor
de nada.
As madrugadas
contigo
começam
nas lutas
diárias,
terminam
sempre
em descobertas.
Não as conto
a ninguém.
Não se interessam!
Os livros estão
postos à mesa.
Leio-os
leio-os.
A incompreensão
permanece...
Minhas orações
mudam de lugar
linguajar
tratar.
Sofrem
uma desconhecida
forma de buscar
sem saber como.
Mas levanto
Acaricias
leve
e brevemente
o semblante
insensível.
um conforto
à minha
pequenez.
Não serei mais o mesmo.
Nunca fui!
Quem sabe
quiseste
deixar-me
assim
para que
a humildade
e a consciência
da brevidade
nunca me abandonem.
Então seguirei como queres...
Meio sorriso
meio pranto
meio afago
meio distância
equilibrando
sentimentos e palavras.
Ainda explodirei!
Ainda explodo!
Trago um germe
revolucionário
que teima
em não dormir.
É teu?
João Paulo Naves Fernandes
10/06/2020
05H15
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