MÁQUINA HUMANA




Vivo de camadas, 

exterioridades.


Pensamentos 

sobre pensamentos,

relações próximas, 

distantes,

níveis 

de aprofundamento, 

superficialidades.


O Sol 

aquece,

apaga.


A Lua  

anoitece, 

acende.


Profundidades 

desconhecidas,

superficialidades 

banais.


Descubro 

níveis 

de compreensão; 

tratamentos 

íntimos, 

distantes,

conveniente  

condição social, 

interessada, 

esquecida.


Escavo,  

volto à superfície.

Aproximo, 

desdenho.


Ocultamente, 

alguém amolda a si

esta discrepante 

máquina humana,

ondas nas rochas

chuvas copiosas,

demoradas 

monções.


Por fim, 

a rendição 

voluntária,  

consciente 

da incapacidade 

de superar-se

plenamente

no caminho.


Alguns 

se dão conta;

outros, 

não se descobrem,

vazios.


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