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Mostrando postagens de fevereiro, 2025

Edu Lobo - Reza — Vídeo TV Alemanha, 1966

#39 Entrelinhas Vermelhas | Um mês de Trump e o papel geopolítico da China

POR HORA...

  Vou deixar este momento para você.  Momento de leitura desinteressada e morna.  O quando, pode ficar impregnado de vida,  e retirá-lo deste estado letárgico inconsciente  em que deitas o dia,  e sombras disfarçam a realidade.  Tão simples é o segredo,  que pode alavancar teu ser,  dos velhos horários  das camas eternas. Dê-se a oportunidade de ser,  retire as velhas dobras  em que foste embrulhado  como a um presente  para a ordem.. Porque tudo está à mão,   tudo pode acontecer.  Importa o permanente despertar.  Importa caminhar  surpreso com a verdade do dia  o mistério da noite. Pertenço a mim,  montanhas,  abismos  e planícies.  Pertenço ao mundo,  sou mundo Pertencimento  múltiplo  desconhecido.

UM DIA...

  Um dia  tudo se apaga. Os aromas e sabores  que permearam o caminho  perderão sentido. A grande busca  terá enfim  sua descoberta. Não mais  serão necessárias  tantas noites despertas,  tanta reflexão  no abismo profundo  do ver-se. Não mais  as grandes prisões  do amor,  a esperança dizendo  a si mesma que pode. Data derradeira  entre a crença e a morte,  data póstuma oculta e revelada.  Quem sabe os lírios  se abram enfim,  e proclamem a eternidade  do belo no agora,  quem sabe  estávamos mortos  e não sabíamos,   quem sabe o novo  saia do invólucro,  renasça  Importa caminhar ermo,  encontrar este e aquele,  importa amar,  este frágil elo  que tudo sustenta,  divertir-se dos passos,  dos saltos,  das quedas,  e esperar,  como se tivesse  de se apresentar  em algum grande  tribunal...

FINAL DA NOITE

  Como temos sobrevivido meu amor... um mundo que não nos entende, nos leva em mar tempestuoso, jogando o barco de um lado ao outro. Queria a mansidão dos jardins dispersos fora dos trajetos, e só encontro o tempo comprimido. Sobrou o fim da noite para nosso silêncio. Sobrou a sobra, quase nada para nós. Sobraram sonhos perdidos no desencontro diário. Ainda assim sobrevivemos nas confidências guardadas no outro lado dos montes onde o Sol descansa extenuado do homem e da mulher. Peço não se perca este pouco que ainda resta no pouco que somos do pouco que temos. Somos assim, acamados noturnos, assim seguimos... Curtir Comentar Enviar Compartilhar

Vinicius de Moraes e Baden Powell Samba em Prelúdio

Vinicius de Moraes - Dia da Criação (Porque hoje é sábado)

EQUAÇÃO

  Enquanto estou por aqui  decifro uma equação  que não fecha. O sonho  não bate  com a realidade,  o amor  afoga-se nas instituições,  os caminhos  tendem a ser  os mesmos,  encontramo-nos  em diferentes solidões.  Enquanto estou aqui  estranho muito  a combinação  do belo com a dor. Deixo um rastro  de esperança  e uma alegria  guardada  do fardo diário. Depois dos passos,  me olho para ver  quanta força  ainda reuno,  e sigo em busca  de um resultado,  para esta equação que não fecha.  Quem sabe  tudo esteja aberto  e eu lógico,  quem sabe  o uivo dos lobos  transcendam enfim  as montanhas  e alcancem  os roseirais  esquecidos no jardim  da casa  de minha  infância.

A POESIA COMO EXPRESSÃO DE HUMANIDADE

 As ditaduras são secas, de pouca conversa, preferem bocas fechadas.  Quando falamos, saímos de dentro para dizer, o que somos, o que pensamos, o que desejamos. Abre-se, então, a dimensão da vida como ela é. Este sair possui várias formas de expressão, e a poesia é uma delas. Ela provém de uma fonte indefinida onde a dor, a fome e a exclusão ainda não se metabolizaram em palavras, estão aí em estado latente, no caldeirão da vontade, em ebulição. A poesia decifra os meandros do dia a dia, os espaços apertados da sobrevivência, os pratos vazios da ordem, e aponta diretamente ao coração o alento e a clareza necessários para manter a esperança acesa. Nem sempre é bem vinda, porque a rudeza da vida atinge a todos, mesmo aos esclarecidos, nem sempre abertos à sensibilidade necessária para interagir com quem sofre.  Ela rompe as barreiras gerais e abre um diálogo íntimo entre o eu e o nós. Descobre as partes ocultas de quem sofre e as desnuda, conscientiza. A humanidade não dese...

AVAL AO CARNAVAL

  Que o confete  se prenda aos cabelos por muito tempo, escondido de todos,  e a serpentina  interligue mais  que as redes,  divulgue  apenas alegria. Que o bloco  seja da felicidade,  e o Samba Enredo,  o Hino Nacional,  por alguns dias. Será o encontro  das raças,  e da fé na paz,  sem religiões,  com todas  as religiões. Que as cores  readquiram  seus verdadeiros  realces,  enterrem  o cinza diário e o beijo  deixe de estar oculto,  espremido nos lençóis,  mas livre,   na claridade  do dia. O pecado  não mais  será pecado,  e os cumprimentos  sejam inesperadas juras de amor. Não mais  se marchará... tornar-se-ão  passes novos  de danças,  ritmos originários. A realidade  desfazer-se-á,  finalmente, em fantasia  possível  e esperada. Os caminhos  serão todos,   os encontros...

DECADÊNCIA

  de  Raul de Leoni Afinal, é o costume de viver Que nos faz ir vivendo para a frente; Nenhuma outra intenção, mas simplesmente O hábito melancólico de ser… Vai-se vivendo… é o vício de viver… E se esse vício dá qualquer prazer à gente, Como todo prazer vicioso é triste e doente, Porque o Vício é a doença do Prazer… Vai-se vivendo… vive-se demais, E um dia chega em que tudo que somos É apenas a saudade do que fomos… Vai-se vivendo… e muitas vezes nem sabemos Que somos sombras, que já não somos mais Do que os sobreviventes de nós mesmos!…

Verão quente no sudeste e sul do Brasil

Incêndios em edifícios, fábricas, campos e até nos celulares.  Paradoxalmente, pneumonia nas pessoas, complicando principalmente a vida dos idosos.  Este tem sido o verão das regiões sudeste e sul do Brasil. A maioria das pessoas considera anormal a situação, mas nem todos identificam nisto como parte das  grandes alterações ambientais pelo qual o mundo passa. Estamos nos destruindo e não temos unanimidade quanto as melhorem ações a serem implementadas.  Deixamos uma imagem de ineficiência diante de um conglomerado de problemas ambientais.

A CONTA GOTAS

  Faço poemas a conta-gotas para não inundar a realidade de sonhos. Deixa enfastiado logo... A vida é real, sem poesia. Faço poemas como quem teima provoca, depois é esquecido. Questionar é inerente ao verso inverso controverso, direto a coração. Linguagem translúcida, líquida, musical, quase divina, extratemporal.

DEPOIS DO AMOR..

  Tanto tenho me despedido, que de repente fiquei só! Não quis que assim fosse, mas o tempo foi roubando um a um, até que se foram todos. De início, não me dei conta, continuei como se ainda estivessem, distraído que era. Com alguns mantinha pouco convívio, outros mais; somado aos projetos de vida que me ocupavam, a vida foi seguindo em frente. Interrupções fortes, no entanto, fizeram-me perceber o quanto faziam parte de mim, pela primeira vez chorei. Foi gerando em mim, uma sensação de abandono, existencial, em meio a multidão que nada percebia, seguia adiante. Hoje tenho consciência de estar só: eu comigo mesmo, acompanhado, apanhado na solidão Agora, os dias passam sem eles... Olho para o Sol e me ofusca a claridade. A Lua anda escondida de mim, não me namora mais, canta trovas, nem recita mais canções de amor. Vou seguir meus dias até desaparecer... nesta transitória passagem inútil . Sorrisos, lágrimas, grandes ações, poder... tudo perde importância no decorrer do percurso. Es...

ENTARDECER

  Ao por do dia guardarei um silêncio  de agradecimento;   responde mais  que mil palavras  dispersas na surdez  do mundo. Direi de minha desatenção,  apesar do grande esforço  do tempo acumulado. O pouco  será suficiente para o tanto  a ser feito? A vida escorre  em semiconsciência entre saber  e desconhecer-me. Não sou  quem procuro,  desconhecido de mim. Sim, a alegria é gratuita,  mas a vida tem seu preço. Vou guardar silêncio  em respeito ao eu  que nunca nasceu,  e ao outro, póstumo vivo. Que celebrem  o desencontro.

PROCLAMAÇÃO OCULTA

  Quero deixar claro  minha profunda  escuridão.  Busco e busco,  tateio muito,  solitário,  antissocial. Encontro poucas respostas, mal sei se explicam algo, sei que continuo  com minha insatisfação. Interrogo-me sempre,  o tempo me faz  desconhecer tudo,  destruir preconceitos, ficar nu... amigo das descobertas. Achego-me  à beleza  à natureza  como perfumes,  aromas de vida,  nesta dura caminhada  de dores e mortes... Por enquanto  discirno as intenções  e marco presença  próximo aos pequenos.  Não venham  me matando  aos poucos,  estou atento  às intencionalidades, vivo oculto,  estudando cores,  suas variações. Hoje peguei-me  colorido,  amanhã cinza,  depois não sei,  conheço fisionomias

RECOMENDACOES NAS PASSAGENS DE ANO

Vou me guardar um pouco  nesta passagem de ano. Respeitar o tempo  que se acumulou em mim,  e se esvai assim que vem. Guardar-me dos sonhos impossíveis,  eu que sonho tanto,  para não decepcionar-me,  mas sem destruí-los... são os mais verdadeiros. Guardar-me da frigidez,  e seja eu sempre  meio imperfeito  meio excitado,  de quando em vez. Guardar-me dos meus limites  constantemente batendo  nas arrecifes,  ondas nas rochas da fé  e do conhecimento. Guardar-me do passado,  permanentemente refeito  em descobertas presentes; e do futuro,  esquecido no agora. Guardar-me do desamor,  tão fácil e corriqueiro,  na busca do amor,  tão difícil,  crítico de mim. Ah...o ano que se vai,  que vá logo,  fique para trás,  porque vejo  e ainda busco vida  escondida nos olhos,  nos livros,  na caneta,  papel...

DOMINGAR

  Domingo é dia  da institucionalização  da preguiça,  tão perseguida  pelo capital. Dia de  não se fazer nada,  não desejar nada;  se for o caso passear  por passear,  sem recitar. Os poemas dormem  nos domingos,  porque os leitores,  que se cansam fácil;  neste dia então,  nada leem. Ah...não ter  de escrever,  de declamar,  rimar.  Há um tédio  neste nada. Do que será? O que se produz  tem um limite,  e este limite  termina no nada, e o nada,  o limite do nada,  é um tédio  da inutilidade de tudo,  descoberta  inconsciente  profunda. Ah domingo  das velhas  cavernas  ancestrais,  que evocam  longas contemplações  do por do Sol,  das estrelas noturnas. Descanso na realidade  do vazio de si.