Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de junho, 2025

DESVENDAR

  Vou descartando  espectros inúteis  na desvendável estrada. Seus caminhos  desconhecidos  surpreendem  posturas temporãs. Redescubro-me  ruborizado  dos infartos  ensaiados  diariamente. Assim sou,  assim vou. Não há tempo  para ser o mesmo,  confundo-me  encontrando  novas matrizes. Esquecido das fases contraio e expando... sobram líquens  dos grandes confrontos  de estruturas. A morte está em jogo... e jogo não fecha... Ai de mim  desatenta criança  sempre surpresa com o mundo...

CONFIDÊNCIA SOLITÁRIA

  Permaneço tanto em mim,  que tenho ciúme dos outros... Nada apetece... Sou o perseguidor  da essência,  o licor da vida,  escondida  em algum lugar ermo,  perdido no tempo. Vastos são os chamados  por onde caminho só. Convidam sempre,  e não encontro... Trazem convites formais  que não resolvem. Talvez me perca  para sempre,  e ao voltar,  não consiga  mostrar. Por isso,  revisto-me  como múmia,  tão longo,   íntimo  e solitário,  o caminho...

RETIDO

RETIDO Estou parado  em uma página,  condensa séculos... Voo a reconstrução  do tempo,  na leitura. Decifro personagens,  a produção de ideias,  acontecimentos. Quem sabe traga  lições para hoje,  conheça melhor  esta época. Quem sabe encontre  saídas da leitura  para a vida,   decifre os sonhos  que fazem ler. Há policiais  na esquina,  observando  se desvendei  os enigmas  do poder; segredo  de conversar,  um a um,  uma a uma,  até atingir  o todo.  Observam tudo,  se saí da página,  compreendi o conteúdo,  decifrei o mistério  de fazer conhecer.  O passado muda  com o presente,  confunde,  esclarece.  O passado torna-se  um imenso presente,  página que me retém...

SOL E LUA

  Desperto no mar alto,  adormeço por trás  das montanhas. Desperto alegre,  adormeço triste. Amanheço em sonhos,  anoiteço realista e só. Sou Sol,  Verão e Inverno,  dou a cara  aos ventos  de Outono,  delicio-me  nas Primaveras. Sou Lua, Cheia de vaidades, Minguante em depressões,  Nova ao fugir de tudo,  Crescente de esperanças.  Sou o Solstício sonolento   e um Equinócio desperto,  perdidos em balanças  espaciais... Sou Céu e Inferno, um subdeus na imensa  Via Láctea,  Transitando  em universo profundo. Sou tudo e nada,  amor e ódio,  amigo e inimigo,  uma barreira prisioneira,  chamada identidade... personalIdade...   Sou e não me escondo,  ou escondo...

DEFASADO

  Não há mais tempo  e estamos atrasados. Mal pensamos  e somos ultrapassados,   mal calculamos  e já estamos devendo. A vida correndo  atrás da vida,  a defasagem não existe  para os que desistem,  para os que vêem  a corrida é desigual. De um lado  mal sobrevivem;  de outro,  tudo aproveitam. Mundo violento e desumano,  explorador e voraz. É preciso praticar os sonhos,  escrever pequenos contos,  recitar novos versos. Porque  é de pouco  e de baixo  a resposta.  A esperança está embaixo.

SENTIDOS & IMAGINAÇÃO

  Os passos pensam,  as mãos passeiam,  a boca descobre o vulgar. Os olhos surpreendem,  os ouvidos silenciam,  a mente se cala. O vento anuncia,  o mar domina,  o céu escurece. A paz nutre-se  das grandes guerras,  a esperança crê  nela mesma. Uma vela  acaricia a escuridão  com sua luz,  caminha contra o mundo. Uma estação  reflete a presenca  e a ausência,  fortalece-se. Não há caminhos claros,  há um despertar constante. O mais,  é inusitado,  é deixar-se levar.

DEFASADO

  Não há mais tempo  e estamos atrasados. Mal pensamos  e somos ultrapassados,   mal calculamos  e já estamos devendo. A vida correndo  atrás da vida,  a defasagem não existe  para os que desistem,  para os que vêem  a corrida é desigual. De um lado  mal sobrevivem;  de outro,  tudo aproveitam. Mundo violento e desumano,  explorador e voraz. É preciso praticar os sonhos,  escreverpequenos contos,  recitar novos versos. Porque  é de pouco  e de baixo  a resposta.  A esperança está embaixo.

RESISTÊNCIA

  O tempo pisa macio  para não chamar a atenção.  Faz da caminhada  uma distração de si mesma... De quando em quando  visita a infinita estrada  questionando a validade da noite,  suas imensas interrogações,  logo esquecidas... Vivo como um sonâmbulo,  de descobertas tardias,  nunca formuladas,  e marco presença consentida,  diante dos poderes constituídos.  Ao justificar,   apego-me à solidao como refúgio  de um mundo novo, e sigo em frente,  resistindo... Ah...se apertassem os punhos, das palmas abertas que semore aguardam... Ah...se os roncos fossem cânticos celestiais, de um mundo sem disfarces...

DEIXA PRA LÁ

  Eu queria falar  sobre o Envelhecimento  para você,  mas esqueci  o que dizer... deixa pra lá.  Falar com aquele meu amigo o... bem José alguma coisa... brincamos muito em.. é...muitos lugares. Dizer que esqueci  meus óculos... no...rosto. Por isso,  sou motivo de riso,  e acabo rindo  de mim também,  de minhas palhaçadas senis. Afinal,  ser motivo de riso  sempre é bom. O esquecimento ensina a humildade. O tempo passa  e vai apagando  hábitos,  amigos,  lugares,  vou me acostumando  com este apagar  lento e distraído. Convivo com o presente  em alta voltagem  de reflexão,  mais instintos soltos,  afinal ainda sou gente. Mantenho meus interesses  neste mundo,  mas quem quer saber  o que penso? Nas letras me aprofundo,  mas quem ouve? Cada um,  no fim,  pensa mais  em si mesmo,  e guarda  uma nesga fraterna... Vou seguindo ...

ÂNSIA SOLITARIA

  Tu...passando por cima  de mim com esta exuberância toda... Nem um batalhão de choque  seria capaz de impedir-me  rasgá-la com minha língua de anzóis.  Em quantas trincheiras  já não me ocultei,  aguardando a chance  de fisgá-la,  antes dos girassois  a roubarem  o encantamento...  Quantos vinhos... quantas vinícolas  seriam necessárias  para que  a árvore da vida  desse frutos,  e pousasses  em meus galhos? Percorro  sinuosos campos   atento às palavras  que escapam  da multidão... Quem sabe voltes  de teus afazeres  ancestrais,  tuas noites  interminaveis, prisioneira das torres  de comunicação... Quem sabe tremas  ao me encontrar... Dos largos  espaços inexplorados  escapam  peixinhos vermelhos  balbuciando,  secreta linguagem  marítima... Teus segregos,  recônditos,  lançam, decididos, tua carruagem...

UM DIA APÓS O OUTRO

  Um descobrir encoberto, um desencaminhado caminho, um encontro desencontrado... Uma fuga fugaz  um comer comedido,  um fazer desfeito. Um provar desprovido,  um amar reamado,  um mamar desmamado. Um mover removido, um parar amparado,  um valor desvalido.  Um subir súbito,   um desservir servido,  um partir repartido. Um desalentado lamento,  um contemporâneo extemporâneo,  uma insegura segurança.  Um amanhã de manhã,   uma sonolenta insônia,  um disparar reparado. Um corretivo corrigido  um correr escorrido,  um voltar envolvido Um conhecer desconhecido. um contraditório contrito, Um dia adiado...

QUANDO EM MIM

  O tempo  a ruga no rosto.  O tempo  a consciência na mente. O tempo  que não mente. Olho no espelho  o passar do tempo  e contemplo  o relógio da vida. Sou as velhas badaladas,  de um relógio,  que ecoam  nos vales interiores  interrogando porquês,  sedimentando sabedoria.  Um filtro  apura os sentimentos,  pernoita na realidade. Imensos portais  cuidam feridas  sempre abertas: Porque fiz assim? Porque não fiz assado? Meus pés  são reflexões tardias,  lições para hoje Aceito-me como sou,  com as marcas do tempo  servindo como ungüento,  nesta caminhada sem fim.  Sigo como quem  não vê a morte,  mas ciclos  melhor observados,  e aguardo partilhas de saídas... Nada termina...  não há fim... há o descobrir o novo  esperando realizar-se;  há viver e isto basta

LUTA PELO MEIO AMBIENTE

 Estive em um ato político em Ubatuba em repúdio a um projeto de lei aprovado no Senado brasileiro, que praticamente retira toda a proteção ambiental e libera geral as obras no país.  Levei a posição da CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, contrária a este Projeto de Lei

CORRENDO CONTRA O TEMPO

 Estou correndo  contra o tempo. O que mais temo  se aproxima. Seja uma flor,  uma toxina,  em tudo fico atento. Não se afaste,  evite desgastes...  O mundo  é aberto,   a realidade é o olhar... Não é mais tempo de conversas ... O vento bate às avessas  das conquistas   que aguardam  em céu cinzento. Rompa o lacre  das impossibilidades Viver é fazer

OCULTO INSEPULTO

Tenho incontáveis segredos. Guardo-os até de mim,  disfarçando não tê-los. Guardo  o velho rabugento  que mal se controla,   o conquistador  que não olhou o tempo,  o doente  que esconde a enfermidade,  o intelectual  solitário sem interlocutor.  Guardo  rosas não colhidas,  nuvens disformes,  amizades perdidas. Segredos em degredo. Expulsos,  internalizados em mim. A cada instante  um se forma,  se aloja num canto,  esquecido,   e ali pernoita  tempos sem fim. O ciúme compreendido,  os amores comedidos,  mortos insensatos. De tempos em tempos  provocam uma rebelião,  afrontam minha ordem  com altivez. "Nosso é o tempo"  "Somos o contratempo" A verdade completa!

DERRADEIRO (em memória de Jorge Barroso)

  Ao final  tudo é derradeiro,  desemboca  na mesma foz. Ser feito assim,  ou assado,  tem sua verdade  até a consumação,  quando percebemos  o mesmo destino  dos opostos.. O rio corre para o mar... as nuvens passageiras  se vão... capturo logo  o sentido dos ventos no afã invisível  dos movimentos, peixes em corredeiras,  aves longínquas  apreciam campos  íngremes escarpas. Vou como quem vê o fim  e não se importa,  marco a presença  dos pés na terra,  e percorro... Depois vejo o que ficou,  se fincou âncoras,   adernou-se  no caminho. Depois vejo se cresceu,  emudeceu,  ou transformou. Arranco do fundo  das entranhas  a enzima da vida,  corrida,  escorrida,   e a prendo  entre os dentes,  cerrados. Onde vou dar  neste mar,  é um dilema  pouco meditado  da busca  de um diadema oculto,  em ...

QUEM SE IMPORTA?

Hoje quero chorar,  baixinho,  a ninguém incomodar. Despir a dureza  da educação,  os grandes objetivos,  e confessar-me pequeno  e frágil. Hoje abro mão de tudo  dou ao coração  a vazão  da prisão  que o segura  tempos sem fim... Dizer que ainda  sou eu  e estou aqui... Sim, choro por mim  e pelo mundo... Quantas dores  me esbofeteiam  diariamente  o rosto  permaneço impassível... Hoje quero declarar-me  sempre pequeno  e necessitado,  descobrindo Deus  nas entranhas  dos sofrimentos. Quem se importa?

SONHO E REALIDADE.

O sonho é construção da realidade, e a realidade é como se vê a vida. Tudo está em nós e se desembaraça em nós.  Somos sonhos despertos. Quando não os temos, o terror se sobrepõe, ao tê-los, a esperança aflora, e realizamos maravilhas. A flor só é bela porque vivo o belo, singela,  por ser singelo. Por onde vem o que sou, deságua no entremeado da mente e do chão percorrido. A essência está no coração, dele deriva como será a construção  Mergulho no sentido de tudo isso, as vezes como expectador, contemplando a riqueza do ser humano, as vezes como construtor de vida e realidade. ...e uma linha perpassa o caminho.

OCULTO INSEPULTO

  Tenho incontáveis segredos. Guardo-os até de mim,  disfarçando não tê-los. Guardo  o velho rabugento  que mal se controla,   o conquistador  que não olhou o tempo,  o doente  que esconde a enfermidade,  o intelectual  solitário sem interlocutor.  Guardo  rosas não colhidas,  nuvens informes,  amizades perdidas. Segredos em degredo. Expulsos,  internalizados em mim. A cada instante  um se forma,  se aloja num canto,  esquecido,   e ali pernoita  tempos sem fim. O ciúme compreendido,  os amores comedidos,  mortos insensatos. De tempos em tempos  provocam uma rebelião,  afrontam minha ordem  com altivez. "Nosso é o tempo"  "Somos o contratempo" A verdade completa!