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Mostrando postagens de setembro, 2025

MOVIMENTOS

  Abandonei-me... deixei o barco  seguir a corrente.  Enquanto isso,  observava quão vão  eram as iniciativas  de correção do rumo.. Porque vinham ondas  de todos os lados,  sacudiam todos os projetos... eram como pesos  jogados ao mar. Apoie-me no que podia  para não afundar. Quando os ventos cessaram,  e o tempo acalmou-se,  pude sentir  a brisa da esperança...  era a chance  de pegar novamente a vela,  e conduzir-me. Às vezes  deixo levar-me  durante as tempestades...  às vezes,  sigo como quero. Não me apequeno,  não me orgulho  de nada,  compreendo  as grandes monções,  e os longos desertos,  e sigo como posso,  conhecedor...

CATARSE

  Alguém me interpela  pela noite... Ouço o ruído  das gotas de chuva... formam ritmos   no telhado  esquecido. Ouço o badalar do tempo  fechando as horas,  contagem regressiva  de um novo dia. Ouço o coração... seus batimentos  agora  acalmam-se  da realidade diária,  exigência de sobrevivência. Um silvo agudo ouço ,  constante,  nos ouvidos... só perceptível  em meio a noite,  assemelha-se a um chamado  permanente Ouço minhas indagações  de vida,  não encontram tempo  em outros momentos, justificam-se,  sugerem novos caminhos. Ouço também a voz  do coração ,  busca o pensamento ,  não o encontra,  descanso dos sorrisos fartos ,  lágrimas guardadas... Só assim vou  percebendo  meus compartimentos,  alguns bem visíveis ,  outros mais ocultos,  até os guardados  a sete chaves... ocuparam lugar,  com o tempo,  em min...

BUSCA OCULTA

  Minha consciência distrai-se  em seus contornos.  Acrescentei aos pensamentos o amor. Semelhante a embriaguez,  passei a apurar a visão  de mim,  do mundo. Meus olhos  multiplicaram  olhares,  os detalhes  mal escapam. Foi como uma luz  que desceu,  descoberta divina  da humanidade. Até a revolta  ressoa  diferente,  indignada,  com doses de serenidade. Ainda busco a consciência,  ainda me distraio. Perseguidor de mim,  escapo facilmente,  e me vejo sempre  meio distante.

TODO DIA...

  Todo dia é um desafio. Levantar para conquistar. Deixar sonhos,  cair na real. Sair do silêncio.  encontrar ruídos. Do monólogo  para o diálogo,  da oração,  para a ação,  do amar, para o lutar. Toda manhã é  um programado  inesperado. Esquecer beijos,  guardar distâncias,  deixar cobertas,  desafiar o tempo,  sair do jejum,  alimentar-se. Todo dia  é uma luta  das derrotas  do passado,  para as conquistas diárias,  do corpo hibernado  para o suor molhado. Todo dia somos  os que continuam acreditando,  apesar de tudo,  seguindo uma força interior  que nos impele a viver. Até morrer seguirei  este ritual de vida,  distinguindo Sol e Lua,  acompanhando as horas  que não param...

PASSO A PASSO

  Passo a passo é como faço. Aprendi a respeitar o caminho,  ele é longo,  exige doação diária. Sair,  confraternizar-se com as pessoas  nas ruas,  conhecer,  participar  de suas realidades  Há muito por se descobrir e aprender.  Muito por se doar.  Sempre será insuficiente.  Sempre estaremos por fazer.  Não se pula etapas, acumula-se É assim a vida... passo a passo.

SOU MEIO ASSIM...

  Às vezes eu sou  meio como o cachorro,  muito fiel,  fácil perdão.  Outras vezes sou  como o gato,  tranquilo,  observador,  independente.  Como o sabiá  gorjeando  aos quatro cantos  indecifráveis  linguagens...  O beija flor,  drone natural retirando o néctar  para o amor... O urubu,  voando alto  ao vento quente,  prazeiroso do mórbido. Sou o ornitorrinco,  misturo gêneros,  naturalmente,  sem discriminação  Ainda sou  como as árvores,  firmado em boa base,  copa balançando ao vento. Sou grama,  amacio passos... flores,  exalo perfumes,  odores,  desperto olhares.  Sou nuvem,  vejo de cima... não notam,  despercebidos.  Chuva,  incomodo  fora de hora, desalojo a ordem... Sol escaldante,  queimo resistências  testo limites  físicos,  psicológicos... Terra,  quantas civilizaçõe...

CORAÇÃO & EPIDERME

  Por vezes tenho saudades de mim,  profundidades inalcansáveis,  de tudo o que poderia ser Explosões de perguntas,  das várias fases,  emergem desordenadas  no agora noturno, Passam pelo grande  crivo da consciência,  retém corredeiras insanas. prisão das superficialidades,  suas soluções débeis,  poço  das perguntas  não formuladas,  onde Deus se esconde Desperto  desencontro puro,  vazio de esquecimentos,  roubo do tempo. Quando tudo se acalma,  uma voz quase extinta,  chama do nada,  baixinho quase nao ouço,  mal atendo.  E toda a carga  da experiência,   se apresenta logo como anteparo  para que ela  nao se expresse,   Uma verdade,  aguarda maturação  Sobra o coração  a epiderme,  para a mística,... o abandonar,  deixar acontecer.

PRIMAVERA

 !!! Vejam! As portas estão abertas... Agora é possível sair por elas. Pareciam fechadas,  impunham barreiras. Do lado de fora  há um Sol radiante... é primavera. Os ipês amarelos ocupam  os lugares nas praças. Vejam,  as famílias vão  aos parques divertirem-se  com seus filhos, porque a paz está de volta. A esperança está deixando  de ser esperança  para realizar-se enfim  em cada um de nós. Está nas nossas mãos  o sair e construir  um mundo novo. Maior é o  coração  que pulsa livre... maiores que sejam  os problemas. Então bora construir  um mundo novo novo país,  encontrar novas solucões  para as novas questões.  As janelas estão abertas! E possível ver  campos esverdeados, flores...  sentir  aromas,  a diversidade de cores. Convide o seu amor  pegue pelo braço e saia! As portas estão abertas!

ABRIGO

  Guardo escondido  um abrigo,  deste mundo.  Colhe dúvidas  do grande percurso,  busca razões. Enquanto não explicam  distraem-se nas paisagens do tempo.  buscam lógicas explicações. Outras perdem-se em incômodas dúvidas,  interrogam.... Outras fluem aquáticas,  pororocas na boca,  satisfeitas... Um outro abrigo,  escondo ainda,  de mim próprio,  mais profundo...  Deste nem elaborei perguntas...

7 DE SETEMBRO OU 04 DE JULHO?

 O Brasil está se tornando um país surrealista. Os fascistas fizeram uma manifestação na data de nossa independência, e estenderam uma bandeira norte americana em que, só a largura, ocupou todo o espaço das duas vias da avenida Paulista. Somaram mais de 40.000 pessoas, provavelmente financiadas com lanches, ônibus e algum dindin do empresariado entreguista de São Paulo Tendo a pensar que sejam desejam ser anexados pelos EUA, e estejam clamando a Trump que invada nosso território nacional para tornar nossa terra mais um estado norteamericano.  Afinal Trump já enviou uma frota com submarinos, fragatas e até jatos  no seu afã sequioso de poder para a América Central provocando e esperando que alguém caia na provocação... Estamos confiantes de que a maioria do povo brasileiro ainda tenha discernimento de escolher a democracia em lugar do fascismo em 2026.

CLAMOR OCULTO

  Sou um carente,  preciso de gente. Procuro quem me ouça   que seja um instante,  porque estou só... só de humanidade. Talvez outros sejam mais carentes,  passem por maiores dificuldades. O afago falta,  nos deixa vulneráveis,   o desprezo mata. Se alguém ouvir e vier  poderemos trocar  nossas dores  disfarçadas de amores. Alguém está ouvindo?

SINTÉTICO

   Tenho me detido  por trás das palavras,  no meio delas... a ponto de perder o sentido,   em múltiplas escolhas. Passo o tempo  decifrando sentidos ocultos  nas superfícies das letras  e suas músicas invisíveis.  De quando em quando compreendo  mais o gorjear  dos pássaros  que a inundação de verbos inodoros  sobre o dia de sobrevivência.  Cada vez falo menos,  carrego junto a alegria. Admiro os mudos, falam mais  Busco ser sintético

Passando o Olhar...

  Ainda posso encontrá-la no tempo. Se passou,  lá vivemos,  jamais nos esquecemos. Também posso vê-la a frente; se chegar,  poderei experimentar,  modelo permanente de convívio. Melhor vê-la agora,  assim, deitada ao lado,   em sua sinuosidade silenciosa. Melhor amá-la além palavras,   respiro vida.

SER OU NÃO SER

  Os espaços que busquei,  não vieram...  os que não busquei, sim. Construi um edifício  que me foi dado,  outro está nos alicerces. Procurei por Deus  e tenho a sensação  de não ter nem mesmo  limpado o terreno,  de repente, ei-lo presente Os amores que surgiram,  voos cegos,  geraram desejos insólitos,  além convivio,  terreno onde finquei a paz.  A morte que evitei,  porque sob o Sol não vejo além,  está sempre presente,  como fiel escudeira.  O caminho parece longo,  inalcansavel,  cada trecho parece um fim. Assim vou  nas reentrâncias da vida,  encontrando-me  enquanto me perco, sendo o que não sou,  não sendo o que sou

LIMITES

  Vou cultivando meus senões,  reconhecendo  a ausência de respostas,  perguntas a formular. Interrogações  caminham distraídas  na existência. Cultivo entrópico,  acrescenta  permanentes  ambiguidades,  corrije rotas. Não existem sustentações... terreno alagadiço  dos limites  da compreensão. Melhor o conforto  das grandes rotinas,  trajetos conhecidos. Melhor incorporar as dúvidas aos passos. Os dias, por si só,  recobrem de importância  o nada que afoga,  amainam. Fica um pouco  da inconsciência  que alenta a vida,  enquanto transporta  os limites do tatear

EM TEMPO

  O passado é uma porta entreaberta. O futuro, o inííício de uma claridade,   O presente um palco de representações Sou memória! Sou esperança! Sou ação! O passado é um valor acumulado  O futuro é um norte de perseverança,  O presente é como realizo Vivo a experiência acumulada! Vivo a realização dos sonhos! Vivo como experimento. Não fecho a porta! Não me acostumo à escuridão! Não fujo da vida!

INDECIFRÁVEL

   Teus olhos  me perguntam  a toda hora! Consigo decifrá-los? Já não enxergam  mais tanto, e no entanto,  ainda me encantam... Que questões  escondem? O que desejam,  eu distraído das profundezas? Passo o tempo  vasculhando aquele olhar... O que ainda não fiz,  me perguntam!? Sei apenas que devo agir,  e coloco tudo antes  de nada fazer. Sigo uma arqueologia  presente,  inferindo porquês... Me desejas um Deus  que não sou,  criatura que te adora? Desejas que te cure,  restabeleça sonhos  sonolentos? Preciso deixar crescer  minha divindade, porque assim,  permaneço  um servo incapaz... O quê me perguntas?