O jornalista decapitado no Iraque era profundamente católico


Declarações do cardeal arcebispo de Lion, Philippe Barbarin, em entrevista ao jornal italiano Tgcom24
Por Sergio Mora
ROMA, 12 de Setembro de 2014 (Zenit.org) - O jornalista americano James Foley, decapitado por milicianos do Estado Islâmico do Iraque e do Levante "era profundamente católico, recitava o terço todos os dias e queria deixar o jornalismo ao concluir sua reportagem para dedicar-se ao diálogo inter-religioso.
Quem fez essa declaração foi o cardeal arcebispo de Lin, Philippe Barbarin, ao telejornal italiano Tgcom24. O prelado esteve no Iraque há poucas semanas com uma delegação de bispos franceses para encontrar-se com os cristãos refugiados.
As palavras do cardeal concordam com uma carta que Foley escreveu no 2011 para uma revista da universidade católica Marquette de Milwaukee, onde tinha estudado antes de se tornar jornalista. Ele escreveu para os estudantes após a prisão que sofreu em Trípoli naquele ano.
Na carta Foley indica sua preocupação e a de seus companheiros pelo medo de que as suas mães “pudessem entrar em pânico”. O jornalista conta que começou a rezar o terço porque “era como minha mãe e minha avó teriam rezado”. Acrescenta que se sentia apoiado “ao confessar a sua fraqueza e esperança e ao conversar com Deus, ao invés de ficar sozinho e em silêncio".
Depois de alguns dias um dos carcereiros, provavelmente uma personalidade influente, deu-lhe a oportunidade de fazer uma chamada telefônica à sua casa. Assim narra o repórter: "disse uma oração e digitei o número". Falando brevemente com a mãe, Foley a tranquilizou sobre a sua saúde. A senhora disse-lhe que "seus amigos estavam orando por ele."
O jornalista francês François Didier, que estava no Iraque sequestrado com Foley, disse à rádio Europa 1 que seu amigo foi vítima de frequentes execuções falsas, incluindo sua crucificação na parede.
Em entrevista citada pelo 'The Daily Mail', Francois, descreveu Foley como "um dos pilares do grupo", que "nunca se rendia por mais difíceis que fosse as condições”. E acrescentou: “Era um homem extraordinário, um companheiro muito bom, muito sólido”, afirmou.
Outro refém francês, Nicolas Henin, que esteve sete meses em cativeiro com Foley disse à BBC que os seqüestradores o tratavam particularmente mal. “Costumavam bater nele mais do que nos outros. Tornou-se o bode expiatório para os carcereiros, mas permanecia imperturbável”. Tais reféns foram soltos em abril desse ano.
Por outro lado os serviços britânicos conseguiram identificar a 'John', o jihadista da execução, um morador do bairro Tower Hamlets, leste de Londres, que tinha abraçado o Islã e tinha ido para a Síria com um grupo de extremistas. 

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