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Ser do Candomblé gera perseguição em escola do Rio de Janeiro

 - Atualizada às 

Paes pede desculpas a 

aluno barrado com 

guias e prega respeito 

a religiões

Prefeito se encontrou o menino que

 foi proibido de entrar em escola no 

Grajaú por estar usando guias de

 candomblé

ANGÉLICA FERNANDES
Rio - O prefeito do Rio Eduardo Paes esteve reunido nesta
quarta-feira com o garoto de 12 anos, que teria sido vítima
de discriminação religiosa em uma unidade da rede pública
 de ensino e sua mãe, Rita de Cássia Araújo. Na reunião que
 contou também com a presença da secretária municipal de
 Educação, Helena Bomeny e do advogado da família, Paes
 pediu desculpas ao garoto e a sua mãe pelo ocorrido.
"Temos um enorme orgulho da rede municipal de ensino.
Mas existem episódios que não representam aquilo que a
rede representa. Hoje eu pedi desculpas a criança pelo
eventual erro que aconteceu. A secretaria respeita qualquer
 tipo de religião e qualquer coisa diferente disso é um erro".

O menino proibido de frequentar a escola, sua mãe Rita de
Cássia Araújo e o advogado da família se reuniram com o
 prefeito Eduardo Paes e a secretária Helena Bomeny
Foto:  Angélica Fernandes / Agência O Dia

Paes ainda lembrou que a sindicância foi aberta para investigar
a conduta da diretoria da escola e que no final serão tomadas
 as medidas cabíveis.
O adolescente teve que deixar a Escola Municipal Francisco
Campos, no Grajaú, porque a diretora havia avisado que não
 permitiria a presença dele usando guias ou quaisquer outros
 trajes característicos do candomblé. No dia 25 de agosto, o
menino tentou voltar a frequentar as aulas, mas teria sido impedido,
segundo a família.
Com as guias por baixo da camisa do uniforme, além de bermuda
 e boné brancos, ele teria sido proibido de entrar na escola pela
 diretora. A alegação dela, segundo a família, foi de que X.
estava usando roupas fora do padrão adequado.
Após o episódio com a diretora da Francisco Campos, o aluno
foi transferido para a Escola Municipal Panamá, também no
Grajaú. “Fui bem recebido. Meus colegas me trataram bem e
disseram que eu estava bonito com as guias. Fizeram algumas
 perguntas curiosas, mas respondi a tudo. Tenho muito orgulho
da minha religião”, contou o menino, que ganhou tratamento
 especial até na merenda escolar.

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