Pular para o conteúdo principal

Papa: "A guerra é a mãe de todas as pobrezas"


Na audiência geral desta quarta-feira, Francisco refletiu sobre a pobreza e seu impacto na vida familiar
Por Rocío Lancho García
Vaticano, 03 de Junho de 2015 
Música e muita alegria na Praça de São Pedro para receber o Santo Padre, como toda quarta-feira, na audiência geral. Milhares de pessoas provenientes de todo o mundo esperavam desde o início da manhã para ver e ouvir a catequese do Papa. Durante o percurso de papamóvel, Francisco cumprimentou os presentes com grande entusiasmo. Além disso, os degraus do Sagrado estavam enfeitados com flores, deixando a praça mais bonita.
O Santo Padre rezou pelas vítimas do acidente do naufrágio da embarcação no rio Yangtze, na China. Ao saudar os peregrinos de língua inglesa, ele expressou sua "proximidade ao povo chinês que neste momento sofre por causa do naufrágio no rio Yangtze".  Francisco disse que reza "pelas vítimas, suas famílias e todos os que trabalham no salvamento".
Nesta quarta-feira, Francisco continuou a série de catequeses sobre a família, desta vez, centrada sobre a pobreza e a miséria que atinge a vida familiar.
O Papa destacou que “são vários os desafios que as famílias devem enfrentar nos dias de hoje, entre os quais está a pobreza”.
Resumindo em português, ele explicou que “a miséria social é um drama que atinge as famílias seja nas grandes cidades, como no campo: desemprego, condições precárias de trabalho, bairros sem infraestrutura, serviços sociais e sanitários ineficazes, escolas sem qualidade, sem contar o dano causado pelo consumismo e o narcisismo, tão difundidos pela cultura mediática”, afirmou Francisco.
Ele alertou que em alguns lugares, “como se não bastasse, a situação fica agravada pela “mãe de todas as pobrezas”, que é a guerra”.
Contudo, apesar de tantos obstáculos, “existem muitas famílias pobres que procuram, heroicamente, conduzir a sua vida quotidiana de modo digno e honesto, tendo a Deus como seu único suporte”, destacou Francisco, afirmando que “estas famílias são para nós uma escola de humanidade que salva a humanidade da barbárie”, exclamou.
Ele disse ainda que a Igreja, “que é mãe, deve ser pobre para tornar-se fecunda e dar uma resposta a tanta miséria, através da oração e da ação”.
Em seguida, ele cumprimentou “a todos os brasileiros e demais peregrinos de língua portuguesa presentes”. E disse: “Queridos amigos, amanhã se celebra a festa de Corpus Christi. Aprendamos do Senhor que se faz alimento, a tornar-nos mais disponível para os outros, servindo a todos os necessitados, especialmente as famílias mais pobres. Que Deus lhes abençoe!”
O Papa também dedicou algumas palavras aos trabalhadores da fábrica Whirlpool de Carinaro. A cidade italiana localizada na região de Caserta foi gravemente afetada pelo desemprego por uma decisão da empresa acima citada de demitir 1.335 funcionários. Por isso, o Santo Padre expressou o desejo "que a grave conjuntura do desemprego encontre uma rápida e justa solução, no respeito de todos, especialmente das famílias” e também destacou que "a situação em todo o país é particularmente difícil; e é importante que se faça um sério esforço para abrir caminhos de esperança”.  
No final da catequese, o Papa dedicou algumas palavras aos jovens, aos doentes e recém-casados. Francisco recordou que junho é o mês dedicado à devoção ao Sagrado Coração de Jesus. Por isso, pediu que o Sagrado Coração ensine aos jovens "a beleza de amar e ser amado", que seja "apoio" para os doentes no momento da prova e do sofrimento, e sustente os recém-casados "no caminho conjugal”. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Como devia estar a cabeça de Mário de Andrade ao escrever este poema?

Eu que moro na Lopes Chaves , esquina com Dr.Sérgio Meira, bebendo atrasado do ambiente onde Mário de andrade viveu, e cuja casa é hoje um centro cultural fechado e protegido a sete chaves (que ironia) por "representantes" da cultura, administrada pela prefeitura... Uma ocasião ali estive, e uma "proprietária da cultura" reclamou que no passado a Diretoria da UBE - União Brasileira de Escritores, da qual fiz parte,  ali se reunia, atrapalhando as atividades daquele centro(sic). Não importa, existem muitos parasitas agarrados nas secretarias e subsecretarias da vida, e quero distância desta inoperância. Prefiro ser excluído; é mais digno. Mas vamos ao importante. O que será que se passava na cabeça do grande poeta Mário de Andrade ao escrever "Quando eu morrer quero ficar". Seria um balanço de vida? Balanço literário? Seria a constatação da subdivisão da personalidade na pós modernidade, ele visionário modernista? Seria perceber São Paulo em tod...

O POVO DE RUA DE UBATUBA

 Nos feriados, a cidade de Ubatuba dobra o seu número de habitantes. Quando isso acontece, logo retiram os moradores em situação de rua, de seus locais, porque consideram que estes prejudicam a "imagem" da cidade. A questão é que os moradores de rua somente são lembrados quando são considerados prejudiciais à cidade. Não existe em Ubatuba uma política de valorização do povo de rua, capaz de diagnosticar o que impede eles de encontrar saídas dignas para suas vidas. Não existe sequer um local de acolhimento que lhes garanta um banho, uma refeição e uma cama. Saio toda semana para levar comida e conversar com eles.  Alguns querem voltar a trabalhar, mas encontram dificuldade em conseguir, tão logo sabem que eles vivem na rua e não possuem moradia fixa. Outros tem claro problema físico que lhes impede mobilidade. Outros ainda, convivem com drogas legais e ilegais.  O rol de causas que levaram a pessoa viver na rua é imenso, e para cada caso deve haver um encaminhamento de sol...

PEQUENO RELATO DE MINHA CONVERSÃO AO CRISTIANISMO.

 Antes de mais nada, como tenho muitos amigos agnósticos e ateus de várias matizes, quero pedir-lhes licença para adentrar em seara mística, onde a razão e a fé ora colidem-se, ora harmonizam-se. Igualmente tenho muitos amigos budistas e islamitas, com quem mantenho fraterna relação de amizade, bem como os irmãos espíritas, espiritualistas, de umbanda, candomblé... Pensamos diferente, mas estamos juntos. Podemos nos compreender e nos desentender com base  tolerância.  O que passo a relatar, diz respeito a COMO DEIXEI DE SER UM ATEU CONVICTO E PASSEI A CRER EM JESUS CRISTO SEGUINDO A FÉ CATÓLICA. Bem, minha mãe Sebastiana Souza Naves era professora primária, católica praticante,  e meu pai, Sólon Fernandes, Juiz de Direito, espírita. Um sempre respeitou a crença do outro. Não tenho lembrança de dissensões entre ambos,  em nada; muito menos em questões de religião. Muito ao contrário, ambos festejavam o aniversário de casamento, quando podiam, indo até aparecida d...