Eduardo Azeredo é condenado a mais de 20 anos de prisão


O ex-governador pelo PSDB se disse surpreso "pois não há 

prova alguma"

iG Minas Gerais | RICARDO CORREA 

‘Renunciei porque o procurador geral havia extrapolado’, diz Azeredo
ED FERREIRA
‘Renunciei porque o procurador geral havia extrapolado’, diz Azeredo
O ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB) foi condenado a 20 anos e dez meses de reclusão por participação no esquema que ficou conhecido como mensalão mineiro - ou tucano.
A decisão foi proferida nesta quarta-feira (16) pela juíza Melissa Pinheiro Costa Lage Giovanardi da 9ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Ele foi considerado culpado pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.
Procurado pela reportagem, Eduardo Azeredo disse que ainda não havia sido informado da condenação e que "recebe a decisão com uma surpresa enorme, pois não há prova alguma". Ele afirma ainda que seus advogados irão recorrer da decisão. 
Entenda o esquema
O esquema irregular de financiamento da campanha aconteceu em 1998, quando o então governador Eduardo Azeredo (PSDB) era candidato a reeleição. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o esquema teria utilizado recursos públicos e doações ilegais, por meio do chamado Valerioduto, operado pelo empresário Marcos Valério, preso condenado do mensalão petista. 
Os recursos eram liberados pelas empresas estatais - como a Copasa e a antiga Comig, atual Codemig - para a agência de publicidade com a qual mantinha contrato, a SMP&B, de Marcos Valério, com o objeto de promover eventos esportivos. 
Simultaneamente, a agência contraía empréstimos em bancos, com o Bemge, que depois eram pagos com recursos públicos obtidos pela própria instituição bancária, que transferia verbas por meio de contratos simulados de publicidade autorizados pelas empresas estatais. 
De acordo com a acusação, a agência de publicidade de Valério usou recursos dos empréstimos para pagar lideranças políticas e outras pessoas que organizavam e trabalhavam na campanha. Ele ainda usou os recursos dos patrocínios para quitar os empréstimos.
Ainda segundo a denúncia, Valério e seus sócios teriam realizado a saída clandestina de recursos financeiros do país, como os obtidos por caixa 2, em montante superior a US$ 628 mil, em Nova York. 
Os recursos, cerca de R$ 3,5 milhões na época (Mais de R$ 9 milhões em valores atuais), eram utilizados para pagar despesas de campanha do tucano. 

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