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INSÔNIA

. Eu nunca me contive nos limites que se me apresentavam. Isto, por toda a minha vida. Nada me satisfazia. Buscava além da liberdade, da paz. Ousava-me forçar. Era natural, humano. Nunca entendi esta sociedade que vomita regras e ofende a descoberta. Fiz um pouco de tudo. Até direito fui, aos olhos de minha mãe. Mas tinha que nascer, todos os dias, e morrer antes do fim. Amei e desejei mais do que amei. Tive amizades transgressoras, hoje ordeiras. Odeio os opressores de todos os matizes. É o que existe em abundância por aí. Quem sabe ser perseguido descobre a verdade completa. A maioria sente-se segura nas prisões morais, politicas, sexuais. Afrontam-se ordeiramente, ostentando uma humanidade robótica. Transgrido...transgrido....transgrido. Meu ser se esvai em inutilidades crescentes. Os ordeiros irão todos para o inferno, junto com suas falsidades. Me descubro enquadrado, estereotipado, desnaturalizado, possuído pelo demônio do dinheiro. Quem sabe Jesus Cristo saia da clandestinidade e destrua os monumentos que lhe erigiram. A revolução me assombra todas as noites, como resgate total. Ergo os braços como um afogado busca a superfície e fecho os punhos como recusa inconsciente da ausência da libertade. Despeço-me destas ideias, que amanhã farão parte do meu subconsciente, esquecidas. Sinto, por todos nós, exímios atores.

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