Nós não amamos o coração dos outros, meu irmão.
Desde março eu venho lutando para ser bom
afagando os pelos dos cachorros brilhantes.
Ontem arremessaram com uma força estúpida
um pão nas minhas costas.
Quando virei-me
um homem corria com sua carroça de rodas de borracha,
cheia de papelão e restos de madeira queimada.
Satanás! Vai para o inferno, imbecil!
Gritei-lhe, meu irmão.
Era um pão seco, duro,
sujou-me a roupa, doeu-me o pescoço.
Desde março eu venho lutando para ser bom
afagando os pelos dos cachorros brilhantes.
Ontem arremessaram com uma força estúpida
um pão nas minhas costas.
Quando virei-me
um homem corria com sua carroça de rodas de borracha,
cheia de papelão e restos de madeira queimada.
Satanás! Vai para o inferno, imbecil!
Gritei-lhe, meu irmão.
Era um pão seco, duro,
sujou-me a roupa, doeu-me o pescoço.
Em abril
quando eu caminhava para o almoço
uma mulher com colar de papéis coloridos,
uma mulher miserável, moradora de rua,
chamou-me, mas eu cerrei os ouvidos.
Não lhe dei atenção.
Mais recente
antes que se iniciasse o inverno,
outra mulher, bem mais velha e com uma bengala,
pediu-me que lhe comprasse um prato de comida.
Disse-lhe que não tinha dinheiro.
Eu tinha dinheiro, meu irmão,
não lhe comprei a comida.
quando eu caminhava para o almoço
uma mulher com colar de papéis coloridos,
uma mulher miserável, moradora de rua,
chamou-me, mas eu cerrei os ouvidos.
Não lhe dei atenção.
Mais recente
antes que se iniciasse o inverno,
outra mulher, bem mais velha e com uma bengala,
pediu-me que lhe comprasse um prato de comida.
Disse-lhe que não tinha dinheiro.
Eu tinha dinheiro, meu irmão,
não lhe comprei a comida.
Luto para ser bom
mas às vezes sinto que ainda existe
violência e tumulto em mim.
Quando chego em casa
acendo a lanterna
e faço exercícios de bondade perpétua,
acariciando as minhas mãos.
Deixo-as bem abertas, espalmadas
e aperto loucamente os ossos dos dedos.
mas às vezes sinto que ainda existe
violência e tumulto em mim.
Quando chego em casa
acendo a lanterna
e faço exercícios de bondade perpétua,
acariciando as minhas mãos.
Deixo-as bem abertas, espalmadas
e aperto loucamente os ossos dos dedos.
Penso às vezes
Que não amamos o coração dos outros, meu irmão.
Que não amamos o coração dos outros, meu irmão.
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