Quanto mais tomo pé da verdade, menos participo de um grupo específico. Sobram diferenças. A verdade e a solidão são irmãs siamesas, coladas. Por conta disto sou discriminado. Sempre querem a adesão sem restrições, que não posso oferecer. Porque a verdade pede fidelidade. Sigo assim só, eu e a verdade, confrontando-me neste silêncio íntimo. Quisera ser o líder de todo um povo, um libertador, mas já não posso mais. Além da idade, está um desejo de que cada um seja o seu próprio líder. Porque quanto maior um líder, menos autossuficiente estará um povo. Choro pelos que se vão pelas diferenças, sem aceitar a diferença, e enxergo ainda o mundo muito falso moralista, com, no mínimo, duas faces: a da frente e a detrás, com linguagens diametralmente opostas. Consolo-me com Deus, em seu silêncio providente, em escutar esta angústia existencial. Pelo meu violão, traço novas notas e vou escrevendo uma nova canção, mansa harmônica para acalmar meu interior desnutrido de vida plena, de convivência.
Eu que moro na Lopes Chaves , esquina com Dr.Sérgio Meira, bebendo atrasado do ambiente onde Mário de andrade viveu, e cuja casa é hoje um centro cultural fechado e protegido a sete chaves (que ironia) por "representantes" da cultura, administrada pela prefeitura... Uma ocasião ali estive, e uma "proprietária da cultura" reclamou que no passado a Diretoria da UBE - União Brasileira de Escritores, da qual fiz parte, ali se reunia, atrapalhando as atividades daquele centro(sic). Não importa, existem muitos parasitas agarrados nas secretarias e subsecretarias da vida, e quero distância desta inoperância. Prefiro ser excluído; é mais digno. Mas vamos ao importante. O que será que se passava na cabeça do grande poeta Mário de Andrade ao escrever "Quando eu morrer quero ficar". Seria um balanço de vida? Balanço literário? Seria a constatação da subdivisão da personalidade na pós modernidade, ele visionário modernista? Seria perceber São Paulo em tod...
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