O marido à beira da cama.
A esposa deitada. Ele, em pé.
Olha-a com o mesmo carinho de quando se conheceram.
Agora o Mal de Alzheimer atravessa sua lucidez impedindo-a de verbalizar o que vê e sente.
Sobram-lhe os olhos, o balançar da cabeça.
Ele, incólume, mantém o mesmo cuidado e carinho.
Veste-se elegantemente, como um noivo que vai visitar a jovem noiva.
A idade não arrefece o ardor conservado meticulosamente durante anos a fio.
Confidenciou-me que ao deixar o leito em que está, doente, sua esposa, de retorno à casa, os médicos constatam alteração no batimento cardíaco, aumento de pressão.
Fala-me disto com orgulho, prêmio de tantos anos, tentos marcados na união.
Admiro este homem velho e fiel.
Quantos jovens, hoje, não se entregam em aventuras extemporâneas, como se nada valesse o casamento.
De fato, ele não se importa com o que acho: permanece religiosamente ao lado da cama como se fosse o leito nupcial.
De vez em quando, ela balança a cabeça, e ele entende imediatamente o que é: beber água, ou arrumar a máscara de oxigênio.
Mantém a mesma atenção e cuidado de sempre.
Volto para casa meditando sobre meu casamento, tantas vezes falho e esquisito.
Retorno admirando aquele homem e aquela mulher pela união que ainda sustentam, malgrado a enfermidade, a separação forçada.
Rogo a Deus por ambos, tão conscientes deste momento difícil de suas vidas, e no entanto, coincidentemente, tão amoroso.
Olha-a com o mesmo carinho de quando se conheceram.
Agora o Mal de Alzheimer atravessa sua lucidez impedindo-a de verbalizar o que vê e sente.
Sobram-lhe os olhos, o balançar da cabeça.
Ele, incólume, mantém o mesmo cuidado e carinho.
Veste-se elegantemente, como um noivo que vai visitar a jovem noiva.
A idade não arrefece o ardor conservado meticulosamente durante anos a fio.
Confidenciou-me que ao deixar o leito em que está, doente, sua esposa, de retorno à casa, os médicos constatam alteração no batimento cardíaco, aumento de pressão.
Fala-me disto com orgulho, prêmio de tantos anos, tentos marcados na união.
Admiro este homem velho e fiel.
Quantos jovens, hoje, não se entregam em aventuras extemporâneas, como se nada valesse o casamento.
De fato, ele não se importa com o que acho: permanece religiosamente ao lado da cama como se fosse o leito nupcial.
De vez em quando, ela balança a cabeça, e ele entende imediatamente o que é: beber água, ou arrumar a máscara de oxigênio.
Mantém a mesma atenção e cuidado de sempre.
Volto para casa meditando sobre meu casamento, tantas vezes falho e esquisito.
Retorno admirando aquele homem e aquela mulher pela união que ainda sustentam, malgrado a enfermidade, a separação forçada.
Rogo a Deus por ambos, tão conscientes deste momento difícil de suas vidas, e no entanto, coincidentemente, tão amoroso.
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