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O que sustenta os pais diante da dor da perda de um filho.

Visitei estes dias um rapaz de 22 anos de idade. Está com câncer terminal, no cérebro. Fez uma cirurgia e retirou o tumor. Uma semana depois surgiu novamente no mesmo lugar e na mesma proporção. Os médicos retiraram o que puderam. Não fizeram mais porque poderia comprometer a visão, os movimentos e o rapaz ficaria vegetando.
O rapaz é metalúrgico. Fez Senai, aperfeiçoou-se como torneiro ainda jovem. Ajudava com o seu salário no sustento da casa. Brincalhão com a mãe e o pai, não era de sair à noite, nem dado a bebidas e baladas.
O cérebro inchou tanto que tiveram de retirar uma parte da tampa da cabeça, para não gerar um problema maior de compressão. Puseram uma bandagem reforçada sobre sua cabeça para proteger a área descoberta. O rapaz está consciente, mas a sua expressão é de fim. Mudo e com os olhos parados, sabe que seu fim está chegando e já não esboça reação. Aceita porque não tem como evitar. O pai passa a tarde em pé ao lado do leito acariciando o filho. A mãe, mais forte, me explica que os médicos lhe disseram que não tinha nada mais para ser feito.
Estão à espera. Pergunto-me: o que sustenta o sofrimento deste pai e desta mãe? A resposta está em Jesus Cristo, e no mundo vindouro. Caso contrário o choro e o ranger de dentes seria imenso.

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