Aquela velha figura do leitor de livro , em pé ou sentado, durante a viagem de metrô, está sendo atropelada por grupos de jovens da periferia, falando alto sem se importar com quem está do seu lado. Esta situação está se tornando cada vez mais comum. É o povão transformando a paisagem burguesa bucólica, numa subversiva invasão "alienígena". O tradicionalismo silencia-se reprovando o povo que ignora a reprovação. A mudança é inevitável. O carro está cada vez mais impraticável. As estruturas econômicas e fabris, não conseguem fazer a guinada popular para o veículo individual, e insistem, insistem. Enquanto isto aguarda-se o dia em que ocorrerá o grande congestionamento, que paralisará tudo e precisará de dias para tirar o nó em que a cidade ficará. São Paulo está superlotado, congestionado, misturado, desnorteado, desfigurado, sem projetos, sem saída. Ainda há o amor, requentado, escondido, amedrontado, tímido, não declarado. Quem sabe ele tenha algum poder de resgate. Está desigual. Estão ficando maduras as condições revolucionárias no país pois a complexidade social, a teia produtiva, o emaranhado político, tudo concorre para a descrença nas soluções paliativas. Se o país estivesse nas mãos dos conservadores, quem sabe vivêssemos o estampido da pressão em que a população se vê prisioneira.
Eu que moro na Lopes Chaves , esquina com Dr.Sérgio Meira, bebendo atrasado do ambiente onde Mário de andrade viveu, e cuja casa é hoje um centro cultural fechado e protegido a sete chaves (que ironia) por "representantes" da cultura, administrada pela prefeitura... Uma ocasião ali estive, e uma "proprietária da cultura" reclamou que no passado a Diretoria da UBE - União Brasileira de Escritores, da qual fiz parte, ali se reunia, atrapalhando as atividades daquele centro(sic). Não importa, existem muitos parasitas agarrados nas secretarias e subsecretarias da vida, e quero distância desta inoperância. Prefiro ser excluído; é mais digno. Mas vamos ao importante. O que será que se passava na cabeça do grande poeta Mário de Andrade ao escrever "Quando eu morrer quero ficar". Seria um balanço de vida? Balanço literário? Seria a constatação da subdivisão da personalidade na pós modernidade, ele visionário modernista? Seria perceber São Paulo em tod...
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