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"Vocês não terão o meu ódio", diz homem que perdeu a esposa nos atentados de Paris aos Jihadistas do Estado Islâmico


Antoine Leiris publicou em seu perfil no facebook. Mensagem está girando o mundo e já conta com mais de 130 mil compartilhamentos.

Roma,  (ZENIT.org) 

Antoine Leiris, jornalista de Paris, perdeu a sua esposa no teatro Bataclan, durante o atentado terrorista da última sexta-feira, 13. Em publicação no seu perfil do facebook, datada do dia 16 desse mês, que já conta com mais de 130 mil compartilhamentos Antoine disse aos jihadistas do ISIS: "Vocês não terão o meu ódio".
"Na noite de sexta-feira vocês acabaram com a vida de um ser excepcional, o amor da minha vida, a mãe do meu filho mas vocês não terão o meu ódio. Eu não sei quem são vocês e não quero saber, são almas mortas. Se esse Deus pelo qual vocês matam cegamente nos fez à sua imagem, cada bala no corpo da minha mulher terá sido uma ferida no seu coração", afirmou Leiris.
Portanto, escreveu o jornalista, "eu não vos darei o presente devos odiar. Vocês bem que mereciam, mas responder ao ódio com a cólera seria ceder à mesma ignorância que fez vocês serem quem são. Querem que eu tenha medo, que olhe para os meus concidadãos com um olhar desconfiado, que eu sacrifique a minha liberdade pela segurança. Perderam. Continuaremos a atuar da mesma maneira".
Referindo-se ao cadaver da sua esposa, baleada no teatro de Bataclan, afirmou "Eu a via esta manhã. Finalmente, depois de noites e dias de espera. Ela ainda estava tão bela como quando partiu na noite de sexta-feira, tão bela como quando me apaixonei perdidamente por ela há mais de doze anos. Claro que estou devastado pela dor, concedo-vos esta pequena vitória, mas será de curta duração. Eu sei que ela nos vai acompanhar a cada dia e que nos vamos reencontrar no paraíso das almas livres ao qual vocês nunca terão acesso".
"Somos só dois agora, eu e o meu filho, mas somos mais fortes do que todos os exércitos do mundo. Eu não tenho mais tempo para dar-vos. Quero juntar-me a Melvil que está acordando do seu descanso. Só tem 17 meses. Vai comer como todos os dias, depois vamos brincar, como fazemos todos os dias e durante toda a sua vida este rapaz vos fará a afronta de ser feliz e livre. Porque vocês nunca terão o seu ódio".

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