Desconfie...
desconfie da sala,
dos móveis...
imóveis,
conformam,
confortam
Não se iluda
com os quadros,
prisioneiros das molduras,
escapes do real subnutrido,
descanso dos sonhos.
Evite poltronas,
busque sofás,
podem ter companhias...
Desconfie dos versos...
são perversos,
mentem muito
Saia do quarto...
rejeite dormir
não ter onde ir.
Quebre o prato,
cuidado com a mesa,
o perigo das cadeiras,
matam a muitos.
Lembre-se,
você é recorte
sem costura,
impostura...
O banheiro é a sobra
da liberdade,
sua verdade,
nu,
à vontade
Lá exalte
teu sexo oculto,
livre da prisão,
condenação,
insulto
Vá aos quintais,
distraem a quarentena
eterna.
Cuidado com a cozinha ,
a vida no estômago,
enche de vazios
Esqueça tudo!
Até este poema!
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