Vivo das manhãs,
do frescor,
sobra da noite,
em seu embate
com o Sol.
Os primeiros voos...
saída dos passarinhos
dos ninhos,
quando ainda é cedo,
e a mata dorme.
Vivo das sonolência humana,
esquecida de sua voracidade diária,
expulsam os poetas,
porta a fora das casas.
Vivo de memórias
permanentemente atualizadas,
jovem que sobrevive mudo,
apesar de tudo,
idade oculta,
contempla a beleza.
De grandes apagões,
vivo nas manhãs,
sem as lágrimas noturnas
que remexem o corpo,
nem confesso,
sono que não vem.
Sou todo matinal,
esboço sorrisos,
converso com os periquitos,
eles nos fios,
eu nas calçadas,
elogio suas penagens,
desejaria abraçá-los,
na liberdade da ausência
de gente
descontente.
Pulmões que agradecem
a fuga dos quartos fechados
onde o amor se esconde.
Vivo de perceber a vida
em tudo,
escudo,
antes que o Sol
cresça no céu,
desabe pessoas nas ruas,
com suas ambições,
armaduras,
uns sobre os outros.
Ah manhã...
me despertas dos apertos.
Tu me salvas diariamente
dos meus senões...
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