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Pequeno agricultor é assassinado a mando do latifúndio

19 DE MARÇO DE 2013 - 12H02 

Altamira


O agricultor Gilzan Teixeira, uma das lideranças do Projeto de Assentamento Brasília, em Castelo de Sonhos, no município de Altamira, foi assassinado na zona urbana do distrito com uma facada no pescoço.



A polícia ainda investiga o caso, mas a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri), a Fundação Viver Produzir e Preservar (FVPP ) e o Movimento de Mulheres do Campo e da Cidade acreditam que foi morto por causa de conflitos fundiários.

“Gilzan Teixeira Lima foi assassinado, como Brasília e Irmã Dorothy, com requintes de crueldade, visando calar a voz dos que se opõem ao latifúndio na região”, afirma nota de movimentos sociais do Pará publicado pela Comissão Pastoral da Terra – CPT.

Eis a nota na íntegra:

É com indignação e revolta que tomamos conhecimento do assassinato do companheiro Gilzan Teixeira Lima, um dos dirigentes do Projeto de Assentamento Brasília, em Castelo de Sonhos, município de Altamira. Gilzan era esposo da presidente da Associação do Assentamento, IZABEL, que vinha denunciando ameaça de morte contra ela.

O filho do casal sofreu atentado, em 2012, tendo sido baleado. ”Brasília” foi presidente do STTR de Castelo e lutava pelos direitos dos assentados desta área, quando foi brutalmente assassinado, em agosto de 2002. Ninguém foi condenado pelo assassinato de Brasília e nem de outros trabalhadores anônimos que tiveram suas vidas ceifadas na luta pela terra na BR-163.

O movimento social da Transamazônica classifica essa situação fato como resultado de uma política de reforma agrária lenta, ineficiente e, a partir deste fato, altamente preocupante. Nós já havíamos chamado a atenção do Ministério do Desenvolvimento Agrário, na pessoa do Presidente do INCRA, sobre a ameaça de retomada de conflitos fundiários que culminariam com a perda de lideranças sindicais naquela região.

Nosso grito não foi suficiente para que o Incra efetivasse a sua obrigação na regularização fundiária. Infelizmente, o grito que ecoamos hoje, é um grito de dor pela confirmação das nossas previsões.

Exigimos que o Governo Federal assuma a condução imediata da resolução das causas dos conflitos fundiários e que haja imediatamente, por meio da Polícia Federal, na apuração e punição dos culpados. GILZAN TEIXEIRA LIMA foi assassinado, como Brasília e Irmã Dorothy, com requintes de crueldade, visando calar a voz dos que se opõem ao latifúndio na região.

Altamira-PA, 16 de março de 2013.

FETAGRI- Regional Transamazônica e Xingu
FVPP - Fundação Viver Produzir e Preservar
Movimento de Mulheres do Campo e da Cidade - Altamira-PA

Fonte: Página do MST


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