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O POVO DE RUA DE UBATUBA

 Nos feriados, a cidade de Ubatuba dobra o seu número de habitantes.

Quando isso acontece, logo retiram os moradores em situação de rua, de seus locais, porque consideram que estes prejudicam a "imagem" da cidade.

A questão é que os moradores de rua somente são lembrados quando são considerados prejudiciais à cidade.

Não existe em Ubatuba uma política de valorização do povo de rua, capaz de diagnosticar o que impede eles de encontrar saídas dignas para suas vidas.

Não existe sequer um local de acolhimento que lhes garanta um banho, uma refeição e uma cama.

Saio toda semana para levar comida e conversar com eles. 

Alguns querem voltar a trabalhar, mas encontram dificuldade em conseguir, tão logo sabem que eles vivem na rua e não possuem moradia fixa.

Outros tem claro problema físico que lhes impede mobilidade.

Outros ainda, convivem com drogas legais e ilegais. 

O rol de causas que levaram a pessoa viver na rua é imenso, e para cada caso deve haver um encaminhamento de solução. 

Surpreendo-me com a quantidade de pessoas da sociedade e até das igrejas locais que possuem visão preconceituosa contra estes cidadãos de rua.

Pensam em expulsá-los como solução. 

Este ano haverá eleição para a prefeitura de Ubatuba.

Precisamos construir um projeto para esta população, que resolva parte deste problema estrutural, no que tange à Ubatuba, contemplando todos os atores envolvidos, em suas expectativas.

Vamos nos movimentar para que esta pauta seja incluída e respeitada.


Comentários

Martha disse…
Tão necessário encarar está questão. Com humanidade, respeito e amor pelo semelhante. Como você e Margarida fazem.
Obrigado Martha. Obrigado Maisa. É preciso que os mais esquecidos sejam incluídos no planejamento da Prefeitura
Anônimo disse…
Vamos fazer essa sua publicação chegar nas mãos do prefeito e dos candidatos às próximas eleições, assim como nas Igrejas.
A beleza natural de Ubatuba nunca será verdadeira e completa se estes cidadãos, nossos irmãos, não tiverem seu lugar digno nela.

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