Meus poemas
sempre nascem
Nunca terminam.
Meus poemas
clareiam dias
passeiam ambulantes
pelas praças vazias.
Pedem a esmola
dos corações livres.
Estão sempre incompletos,
começam porque começam,
terminam porque terminam.
Como eu
que só sei
do agora,
embora
arvore algo.
Porque a sequência
é o sinal,
e a presença o principal.
Meus poemas
se arrependem
às vezes,
do que dizem,
muito complexos,
muito supérfluos.
Meus poemas silenciam
os donos da verdade,
emudecem
os que não refletem
Passam despercebidos
até algum despertar
extemporâneo.
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