Ando esquecido
a ponto
de não lembrar
o que escrevo;
sempre descubro
quando leio.
Versos
assediam
a realidade,
escapam
nos dedos
de aurora,
por-se tardio
do pensar,
voo proscrito
na racionalidade
incapaz.
Vou bater
outra vez,
e outra ,
outra mais,
até abrir-se
a primeira porta,
quem sabe,
a segunda,
a terceira,
se tanto,
regato esquecido
nas pradarias,
enquanto
escalamos
monumentos.
Quem te força
as prisões
geométricas,
impede beijos,
arranca teus ouvidos
dos timbres inaudíveis?
Desperte
completo
das ocultas
escuridões,
onde vozes
profundas
confundem
fundem,
fundam,
metalinguagem
poética.
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