segunda-feira, 9 de agosto de 2010

FANATISMO

Minh’ alma, de sonhar-te, anda perdida

Meus olhos andam cegos de te ver!

Não és sequer a razão do meu viver,

Pois que tu és já toda a minha vida!



Não vejo nada assim enlouquecida...

Passo no mundo, meu amor, a ler

No misterioso livro do teu ser

A mesma história tantas vezes lida!



<>

Quando me dizem isto, toda a graça

Duma boca divina fala em mim!



E, olhos postos em ti, digo de rastros:

<< Ah! Podem voar mundo, morrer astros,

Que tu és como Deus: Princípio e fim!...>>


Florbela Espanca


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